- 1963
- Tela
- Óleo
- Inv. 67P289
Júlio Pomar
Campinos
A pesquisa em torno do movimento que Pomar associa, num primeiro momento, ao seu ciclo das Tauromaquias (balizado sensivelmente entre 1960 e 1966) comporta duas fases distintas, segundo Alexandre Pomar: “Neste primeiro período mais produtivo de uma carreira que se fará sempre através de sucessivas mutações e fases, as Tauromaquias surgem, com a diversidade dos seus vários tópicos temáticos, como uma série mais emblemática, até às corridas de cavalos já pintadas em Paris, para onde Pomar se muda em 1963. Nelas se polarizou a leitura de uma problemática do movimento, diferenciado nas duas séries, onde a arquitectura tensional das forças em combate, primeiro, e depois a velocidade contínua coincidem no jogo pictural enquanto arabesco sincopado e surgir diferido da forma que constrói o seu próprio espaço.”*
Se comparado com a obra intitulada Entrada de Touros, realizada no mesmo ano e também pertencente à colecção do CAM, observamos como Pomar caminha para um tipo distinto de síntese, seja ao nível da redução da paleta cromática, seja ao nível da contenção e concisão da expressão do movimento. Num espaço abstracto em tons de ocre, as figuras dos campinos sobre os cavalos em movimento na condução do gado são representadas em pinceladas negras, animadas por amarelos e brancos. Não existe uma descrição realista da forma, mas antes a captação de corpos em movimento, tal como cinematograficamente percepcionados pelo efeito da aceleração: desfocados, arrastados. Posicionando-os frontal e centralmente na composição — ainda que subtilmente descentrados para a direita —, o autor representa o movimento avançando na direcção da própria superfície do quadro e do espectador. Os corpos do campino e do cavalo tornam-se um único corpo, na tensão de um galope que dita, inclusivamente, a inclinação do par situado mais à direita da composição.
Efectivamente, como afirma Alexandre Pomar, são as formas em movimento que constroem o espaço do quadro, fundo ocre abstracto dotado de profundidade pelo movimento nela inscrito e que a sua aparente neutralidade faz ressaltar.
* Alexandre Pomar, “Júlio Pomar” in Júlio Pomar. Catálogo ‘Raisonné’ I. Pinturas, Ferros e ‘Assemblages’. 1942-1968, Paris, La Différence, 2001-2004, p. 21.
Luísa Cardoso
Fevereiro 2015
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 96 | cm | suporte |
Largura | 129 | cm | suporte |
Altura | 98 | cm | moldura |
Largura | 131 | cm | moldura |
Profundidade | 2,5 | cm | moldura |
Tipo | assinatura |
Texto | Pomar |
Posição | frente, c.i.d. |
Tipo | data |
Texto | 63 |
Posição | frente, c.i.d. |
Tipo | Aquisição |
Data | Setembro 1967 |
Júlio Pomar: um artista português |
São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2008 |
Catálogo de exposição |
Júlio Pomar: um artista português |
Pinacoteca do Estado de São Paulo |
Curadoria: Hellmut Wohl |
5 de Abril de 2008 a 18 de Maio de 2008 Pinacoteca do Estado de São Paulo |
Comissário da exposição Hellmut Wohl. |
Exposição Permanente do CAM |
CAM/FCG |
Curadoria: Jorge Molder |
18 de Julho de 2008 a 4 de Janeiro de 2009 Centro de Arte Moderna |
Exposição Permanente entre 18 de Julho de 2008 a 4 de Janeiro de 2009. |
I Feira Nacional do Toiro |
Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas |
Curadoria: Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas |
14 de Fevereiro de 2003 a 16 de Fevereiro de 2003 Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, Santarém |
Exposição organizada no âmbito da I Feira Nacional do Toiro que pretendeu colocar em evidência todas as actividades que de algum modo de relacionem com o toiro, sendo a arte uma delas. |
4º Prémio Amadeo de Souza-Cardoso: Júlio Pomar |
Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso |
Curadoria: Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso |
13 de Setembro de 2003 a 2 de Novembro de 2003 Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso |
Exposição realizada no âmbito da atribuição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso ao Mestre Júlio Pomar. |