- 1974
- Papel
- Tinta-da-china e Aguarela
- Inv. 98DP1729
Eduardo Batarda
Ao Exp. Abs. 2 (Se é boa a Mulher do Neves (é favor não fazer festas))
Nesta aguarela, tal como acontece em Ao Exp. Abs. 1, estamos perante um mapa de retalhos cartográficos cosidos numa figura antropomorfizada, um Frankenstein de referências eruditas e vernaculares, políticas, literárias, populares e artísticas, tanto fictícias como verdadeiras, acompanhadas de comentários da obra a si mesma, com analogias entre a confeção têxtil e a prática da pintura (em particular práticas da «process painting» e do grupo francês Support/Surface). Em comparação com Ao Exp. Abs. 1 a paleta escurece e a metáfora torna-se mais virulenta, com recurso a imagens fálicas. A cercadura deste falso mapa estratégico (ou do «tesouro») foi, neste caso, cuidadosamente recortada, seguindo literalmente o desenho. Voltamos a encontrar pastiches de pinceladas, referência tanto à pintura gestual como aos acidentes e imprevistos que ocorrem em pintura, o borrão, a tinta que cai ou escorre, mas também comentário satírico ao facto desses acidentes (e outras obras do acaso) terem sido considerados arte por movimentos quer do modernismo quer das vanguardas dos anos setenta. A montagem de citações, nesta como noutras aguarelas deste período, coloca também em relação e em espelho assuntos diversos, de que resulta um questionamento incómodo da história da arte e do artista a si mesmo.
MPS
Maio de 2010
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Largura | 55,5 | cm | |
Altura | 37 | cm |
Tipo | assinatura |
Texto | Eduardo Batarda |
Posição | frente, canto inferior direito |
Tipo | data |
Texto | 1974 (29/10) |
Posição | frente, canto inferior direito |
Tipo | inscrição |
Texto | «pinturinha emoldurada em curticite e embelhecida em Casco de Carbalho», «Object-Art (abstrait 24)», «77,5x57,2», «35», «32,7», «10», «5», «Pana», «Caspa», «é fAbôr nÃo fAsEr FESTAS à CachorrinhA», «12», «BAS», «se é boa a mulher do Neves!», «e remendada a vicunha», «Camisas», «workin’ for the Man», «ordem e progresso», «AR», «TESA», «vamos à vida», «marenKossié», «11», «without a stitch!», ««NATO», «(you) (become a habit to me)», «Eduardo Batarda 1974 (29-10)», «Setúbal», «fero asso calhamasso», «heute country & Western Kunst», «mais», «pra bêr ao perto», «com plicación», «(1) Plekhanov, Œuvres», «HAUT», «MI», «MU», «ER», «TE», «ES», «PU», «ER», «TO», «AR», «TH», «UR», «9», «Mi muerte es Puerto Arthur» |
Posição | frente, ao longo da mancha |
Tipo | Aquisição |
Data | Fevereiro de 1998 |
Eduardo Batarda: Pinturas, 1965-1998 |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão, 1998 |
Catálogo de exposição |
Eduardo Batarda Fernandes |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1975 |
Catálogo de exposição |
Eduardo Batarda - Pinturas 1965-1998 |
CAMJAP/FCG |
Curadoria: Alexandre Melo |
3 de Março de 1998 a 10 de Maio de 1998 Galeria do piso 1 do museu do CAMJAP |
Exposição comissariada por Alexandre Melo. |
Eduardo Batarda Fernandes |
Fundação Calouste Gulbenkian |
Curadoria: Fundação Calouste Gulbenkian |
1975-08-01 a 1975-08-31 Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa |
Exposição patente na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, em Agosto de 1975, dedicada a Eduardo Batarda, enquanto bolseiro da FCG. |
Portuguese Contemporary Art |
Exposição apresentada em Belgrado, Bucareste, Atenas, Sofia, no ano de 1977. |