Vista da exposição Um olhar de Leonor Antunes sobre a Coleção do CAM, na Residência oficial do Embaixador Português em Madrid © Jorquera / Embajada de Portugal en España
Um olhar de Leonor Antunes sobre a Coleção do CAM
Madrid, Residência oficial do Embaixador Português
Visitas nos dias 14, 15, 21 e 22 de março de 2024, às 17:00, por marcação prévia
A Embaixada de Portugal em Madrid e o CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian apresentam Um olhar de Leonor Antunes sobre a Coleção do CAM, que propõe uma seleção de obras de artistas mulheres, pensada na sua relação com o espaço da Residência oficial do Embaixador Português em Madrid, que abre as suas portas durante a ARCOmadrid, na 3ª edição do projeto Artists Join the Embassy.
Esta mostra antecipa a exposição inaugural do novo edifício do CAM, dedicada à artista Leonor Antunes. Intitulada “da desigualdade constante dos dias de Leonor”, título que cita um desenho de Ana Hatherly da Coleção do CAM, a exposição apresentará uma nova intervenção escultórica de Leonor Antunes concebida para a totalidade da Galeria Principal e uma apresentação de obras da Coleção. Com este olhar de Leonor Antunes, o CAM dá início a uma nova forma de pensar e expor a sua coleção, convidando artistas para criar novas narrativas das obras do seu acervo.
Na continuação da sua própria prática artística, que se tem desenvolvido em torno de uma investigação e reflexão crítica ao modernismo «a partir de algumas figuras que foram importantes e determinantes no período do pós-guerra, e que ao longo dos anos foram esquecidas ou marginalizadas» (sic Leonor Antunes), Leonor Antunes selecionou um núcleo de obras de 14 artistas mulheres na Coleção, com uma atenção especial aos materiais e práticas artísticas historicamente menos valorizados. Pouco mostradas ou mesmo esquecidas, algumas destas obras serão expostas pela primeira vez.
Em Madrid, o espaço arquitetónico da Residência oficial do Embaixador Português, simultaneamente um espaço doméstico e de representação oficial, dialoga com as obras de Ana Hatherly, Ana Vieira, Helena Almeida, Isabel Carvalho, Isabel Laginhas, Lourdes de Castro, Lucia Nogueira e Salette Tavares, entre outras, propondo novas associações e leituras. Selecionadas entre as obras a apresentar em Lisboa, com reforço de alguns núcleos autorais, e maioritariamente produzidas a partir dos anos de 1960, este conjunto convoca ligações à linguagem, à terra, à casa, ao espaço de representação coletivo. Trata-se de peças que se materializam na linha/fio da escrita, do desenhar, do coser, do tecer, do fazer e desfazer, realizadas com materiais naturais e orgânicos (papel, têxtil, fio de crina, couro, madeira, ferro, pedra, terra) ou com objetos recuperados e obsoletos reunidos em assemblages que evocam o mundo rural, do trabalho e do quotidiano da casa.
As obras sugerem ou clamam por vivências e aspirações, reivindicações e lutas, gestos de emancipação ou o movimento transformador da viagem, remetendo igualmente para lugares de esquecimento e para a constante desigualdade de género.
Ficha técnica
Curadoria
Leonor Antunes
Artistas
Ana Hatherly, Ana Vieira, Helena Almeida, Isabel Carvalho, Isabel Laginhas, Leonor Antunes, Lourdes Castro, Lúcia Nogueira, Luísa Cunha, Maria Antónia Siza, Maria Helena Vieira da Silva, Maria José Oliveira, Salette Tavares e Túlia Saldanha.