Open Call – Laboratório de Imaginação 2024

Habitar o(s) corpo(s) – dança, ausência, prazer e disrupções

De outubro de 2024 a fevereiro de 2025, convidamos-te a participar no Laboratório de Imaginação que irá reunir jovens numa plataforma de pensamento-ação com a artista Piny e em colaboração com Leo Soulflow, Nala Revlon, Catarina Rosa, Scúru Fitchádu, Xullaji, Fábio Krayze, Lúcia Afonso e ZABRA.

Tens entre 18 e 25 anos e queres fazer parte de um laboratório de experimentação, pensamento e criação com artistas que se movem entre diferentes disciplinas? Tens interesse em trabalhar práticas corporais e ficcionais em torno da imaginação coletiva?

O Laboratório de Imaginação é uma plataforma de experimentação, desenvolvida por um grupo de jovens e artistas interdisciplinares, com o objetivo de explorar novas formas de pensar e atuar sobre os desafios do presente, e imaginar outros futuros possíveis.

Como ponto de partida para a terceira edição deste projeto, a artista Piny propõe pensar o corpo nas suas várias dimensões e possibilidades, mas, sobretudo, como potência criadora e revolucionária. Dança, ausência, prazer e disrupções serão as palavras-chave para uma exploração do corpo como lugar de princípio e de fim de todas as coisas. 

Em cada sessão são propostos desafios de experimentação (performativa, sensorial, visual e outros) que possam despoletar processos ficcionais e especulativos. Este é um espaço plural, aberto à diversidade de pessoas, de experiências de vida, saberes e interesses, e também um território onde podem surgir colaborações inesperadas e aprendizagens imprevisíveis.

O laboratório terá uma duração total de 45 horas, distribuídas por 15 sessões (ver datas das sessões abaixo) e encerra com uma partilha pública focada no processo e construída pelo coletivo. As pessoas terão de ter disponibilidade para participar em, pelo menos, 12 sessões.

A participação é gratuita. Candidata-te até 4 de outubro. É obrigatória a participação na sessão aberta de esclarecimento, a 8 de outubro. Os resultados da seleção serão comunicados até dia 11 de outubro, por e-mail.

Candidatar

Introdução da artista

«Habitar o(s) corpo(s)

dança, ausência, prazer e disrupções

Todas as pessoas têm um corpo, mas nem sempre sabemos bem como o habitar. «O corpo sou eu, mas eu não sou o corpo». A realidade é que, tão certo como termos nascido e irmos morrer, o facto de termos um corpo é uma verdade absoluta e que ele cede e termina, também. E entretanto?

Daqui irá partir tudo para este laboratório, esticando desde o existir num corpo, ao sentir o que se sente em diversas manifestações de dança, como o corpo traz memória e futuro. Imaginamo-nos em diferentes contextos geográficos, sociais e políticos, entendendo que corpos e danças produzem e, a partir daí, porque são celebração, protesto, reivindicação, partilha, oração, transcendência, sexualidade e identidade. Saber que voz também é corpo. E que talvez haja outras realidades sem corpo.

Com isto criaremos cenários utópicos, distópicos, reais, irreais para que possamos, talvez, só talvez, criar energia que transforme um tempo não linear.

Corpos que nunca vimos, corpos que só sonhámos, corpos sem limites, corpos que têm e são espaço de construção.

Corpo – casa; Corpo – limite; Corpo – expansão; Corpo - político

O corpo tem a capacidade de se regenerar. O corpo também imagina. O corpo é potência criadora e revolucionária. O corpo termina.

Será a dança uma possível solução para uma sociedade mais consciente e empática? Dançar junto é revolucionário.

Pretendemos traçar conexões entre o terreno e o espiritual, entender o conteúdo que deu origem à forma, articular com seus contextos específicos, interpretá-los em diferentes lugares e abrir caminhos para novas formas de criação e acesso. Trata-se de pós-colonialismo, afrofuturismo, repensar as instituições, recentrar a periferia, criar pontes entre o corpo-terra ancestral perdido e criar um conteúdo pluriversal, não exclusivo e não baseado no eurocentrismo, através de sessões com pessoas convidadas que nos desafiam a testar desde o corpo denso à existência sem corpo.»

Piny

Condições de participação e perguntas frequentes

  • Ter entre 18 e 25 anos
  • Residir na área metropolitana de Lisboa ou ter facilidade de deslocação até Lisboa
  • Ter disponibilidade para, pelo menos, 80% das sessões propostas (ver datas das sessões abaixo)
  • Ter curiosidade por processos artísticos e de experimentação
  • Participar na sessão aberta de esclarecimento, a 8 de outubro (das 18:00 às 21:00)

É uma sessão onde vamos iniciar algumas das práticas e esclarecer dúvidas sobre o que é o laboratório. A participação é obrigatória, a não presença exclui-te da possibilidade de seleção.

A comunicação será feita por e-mail, até ao dia 11 de Outubro.

O laboratório será presencial. Participantes que residam fora de Lisboa devem assegurar-se que têm disponibilidade para participar, garantindo as deslocações.

O laboratório terá uma duração total de 45 horas, distribuídas por 15 sessões (ver datas das sessões). As pessoas terão de ter disponibilidade para participar em, pelo menos, 12 sessões.

08, 15, 22 e 29 out 2024
05, 12, 19 e 26 nov 2024
03 e 10 dez 2024

07, 14, 21, 28 e 29 jan 2025

Horário das sessões: 18:00 – 21:00

Sim, quem completar o programa receberá um certificado de participação.

Sim, as sessões serão em português. Aconselha-se um domínio básico da compreensão do português, mas quem participa pode expressar-se noutra língua.

As sessões vão decorrer maioritariamente na Fundação Calouste Gulbenkian, embora algumas possam acontecer fora de portas.

Sim. Só é preciso ter vontade e disponibilidade para participar, não é necessária qualquer experiência anterior.

Não, este projeto tem um carácter formativo, não tem remuneração.

Biografias


Piny

Piny desenvolve o seu trabalho como performer, coreógrafa, pesquisadora, curadora e professora. Em 1999, começou a estudar danças do Médio Oriente e Norte de África e as suas fusões contemporâneas e, desde 2006, também se dedica à cultura Hip Hop, Clubbing e Ballroom (Vogue). Do seu trabalho, destacam-se HIP. a pussy point of view, .G RITO e ONYX. Formou-se em Arquitetura, e concluiu a licenciatura em Dança Contemporânea. Em 2023, levou ao Teatro do Bairro Alto o festival OU.kupa. Estuda formas alternativas de entender a interseccionalidade no estar e fazer, através do estudo de astrologia, tarot, yoga e filosofias não eurocentradas.


Leo Soulflow

É formada em Ciências do Desporto e Osteopatia, atividade que exerce desde 2016. Desde 2003, tem vindo a focar-se na área da dança, com destaque para Hip Hop, House Dance, Popping e Sapateado. Como intérprete, destacam-se as participações em Bisonte e Carcaça, de Marco da Silva Ferreira e .G RITO, de Piny. É DJ residente em diversos clubes em Lisboa e na festa Pump da Beat, e é Dj da Ballroom em Portugal. Assina, conjuntamente com Carincur, a sonoplastia de Onyx de Piny.


Nala Revlon

Nala Revlon é performer e produtora luso-brasileira, trailblazer e Mother do capítulo português da Iconic House of Revlon. “Caminhou” nas categorias – Women’s Performance e Female Figure – em Paris, Londres, Berlim e Rio de Janeiro, entre outras cidades, onde obteve prémios internacionais e títulos europeus. É produtora da festa Pump da Beat e com o coletivo Vogue PT Chapter organiza eventos direcionados para a comunidade LGBTQIA+. É intérprete nas peças .G RITO, de Piny e Carcaça, de Marco da Silva Ferreira.


Catarina Rosa

Catarina ou Kenzi, bióloga com nível de mestrado e com especialização em linguagem, comportamento e evolução de aves. Integra o coletivo Orchidaceae desde a sua conceção, em 2012. Trabalha em organização/curadoria e em regime de voluntariado em eventos e festivais. É fundadora da Associação Dunas Livres – um grupo ativista feminino pela conservação da costa selvagem portuguesa. Recentemente, passou a integrar o círculo interno das Ecoversidades, empenhada em reimaginar radicalmente a educação superior para cultivar a prosperidade humana e ecológica.


Scúru Fitchádu

Marcus Veiga, esteve ligado a editoras, festivais e aos PLAY – Prémios da Música Portuguesa. Como Scúru Fitchádu. "representa uma das mais avançadas e radicais propostas da música portuguesa contemporânea e avança solitariamente num terreno que ele próprio inventou e onde se cruza a velocidade e a intensidade do funaná que na origem era música de resistência cabo-verdiana. Depois, em cima de todas essas coordenadas surge aquela voz potente, rouca e gritada e aquele corpo negro que em palco se deixa possuir pela energia incontida que cada uma das suas canções liberta." Rui Miguel Abreu


Xullaji

Xullaji é rapper, sound designer, poeta sónico e visual. Editou três álbuns (Rapresálias, Rapensar e Rapressão) notabilizados pela contundência política / estética das letras, tendo o hip-hop, como cultura de resistência, enraizadas na classe trabalhadora de África e da sua diáspora. A sua última esquizofonia é Prétu, um afronauta que funde samples e imagens das suas referências africanas com o seu cosmos eletrónico e o seu pensamento pan-afro-disruptivo. Editou Prétu 1 – xei di kor, considerado pelo Ípsilon (Público) como um dos melhores 10 álbuns de 2023. Co-fundador de Peles Negras Mascaras Negras – teatro do escurecimento, coletivo artístico comunitário preto.


Fábio Krayze

Fábio Krayze nasceu em Angola, onde aprendeu os primeiros passos de kuduro. Muda-se para Portugal aos 13 anos, onde iniciou uma aprendizagem mais formal de dança. Apresentou-se com bandas como Buraka Som Sistema, foi finalista no programa So You Think You Can Dance e semifinalista do Got Talent Portugal, com o grupo Funkymonkeyz. Em 2018, iniciou a sua carreira musical com o EP 2018 or Nothing. É intérprete na peça Carcaça, de Marco da Silva Ferreira e coreógrafo da sua primeira peça, Musseque, estreada no Festival OU.kupa em 2023.


Lúcia Afonso

Artista, bailarina, mediadora cultural, antropóloga e coordenadora de projetos. É cofundadora da MOSJAM Associação Cultural e Artística, plataforma para desenvolvimento de danças de rua e clubbing. Colabora com entidades nacionais e internacionais, dinamiza e desenvolve atividades para e com a comunidade. Trabalha com diversas companhias de dança que privilegiam as danças de rua, o clubbing e a capoeira, possibilitando uma vasta participação em diferentes eventos artísticos e culturais pelo mundo. Mestranda em Estudo e Gestão Cultural no ISCTE.


ZABRA

Centro de Investigação de Arte Pós-Humana, fundado por Carincur e João Pedro Fonseca, foca-se numa abordagem transdisciplinar e num diálogo interespécies, onde explora a pós-natureza para a criação contemporânea. Estas linhas de investigação artística assumem diversas formas, incluindo criação, produção, publicações e uma programação com atividades que incluem artes computacionais expandidas, palestras e workshops, contribuindo para uma maior democratização ao acesso artístico, tecnológico e científico.

 

 

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