Obras de Hugo Canoilas integram a Coleção do CAM

No verão de 2022, o CAM adquiriu três esculturas-instalações de Hugo Canoilas, reforçando a presença do artista na Coleção.
22 dez 2022

No seguimento da instalação imersiva e multissensorial Moldada na Escuridão, que Hugo Canoilas apresentou na Fundação Gulbenkian entre fevereiro e maio de 2022, o CAM adquiriu três obras da sua autoria, reintituladas A água da chuva a cair nas bacias oceânicas (escultura em resina e detritos orgânicos, peça de feltro de lã, carpete e recipiente de cerâmica vidrada), Formas de vida simples que regressam ao mar (escultura em vidro, peça de feltro de lã e carpete) e O nascimento da lua (escultura em vidro, peça de feltro de lã e duas carpetes).

Estas obras, produzidas no ateliê de Filipe Feijão (esculturas em resina), foram concebidas especificamente para a exposição, prosseguindo uma investigação acerca dos fundos dos oceanos, iniciada por Hugo Canoilas em 2020 e que daria origem às peças de vidro e de feltro de lã. Diluindo as fronteiras entre a pintura e a escultura, o artista mimetiza os processos criativos da natureza, utilizando formas de fixação natural, sem recurso a moldes, e abraçando o imprevisto inerente aos materiais utilizados mas também ao próprio encontro de objetos e esculturas que pertencem a momentos e processos criativos diferentes.

Formalmente, as peças de Hugo Canoilas lembram-nos poças oceânicas ou da orla costeira, e criaturas invertebradas que surgiram no início da vida no planeta e que a bióloga marinha Rachel Carson descreve na sua obra The Sea Around Us, cujo capítulo «The Gray Beginnings» teve uma forte presença no imaginário e na prática do artista. A obra de Carson inspirou ainda o título da exposição e as denominações das três obras adquiridas para o CAM.

Finalmente, estas esculturas-instalações desafiam os princípios do museu e o espaço «tradicional» da galeria: durante a exposição, cuja escuridão simulava um fundo marinho, ao mesmo tempo que nos libertava da hegemonia do ver, solicitando todos os sentidos, os visitantes circulavam livremente, executando uma coreografia inesperada e irrepetível, estabelecendo uma ligação táctil com as «criaturas» que habitavam o espaço.

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