Rosângela Rennó é conhecida pela apropriação e transformação de material fotográfico – recolhido em arquivos nacionais ou criminais, em feiras de antiguidade, álbuns de família ou mesmo na Internet – para a criação das suas obras. A artista trabalha essencialmente sobre os conceitos de memória, esquecimento, identidade e anonimato, criando séries que propõem diferentes narrativas ao atribuir novos contextos às imagens.

O festival francês Les Rencontres d’Arles destacou o trabalho da artista na edição deste ano, apresentando vários trabalhos da sua autoria e atribuindo à artista brasileira o prémio «Women in Motion», criado em 2015 para destacar o trabalho de artistas mulheres no âmbito do filme, tendo-se alargado à fotografia em 2019. Em edições anteriores do festival o prémio destacou Babette Mangolte, Liz Johnson Artur, Sabine Weiss e Susan Meiselas.

A artista encontra-se representada na Coleção do CAM com cinco obras da série «Frutos Estranhos», realizada em 2006, que consistem na animação de imagens e na sua reprodução em leitores de DVD portáteis. As obras foram adquiridas para a Coleção em 2012, no seguimento de uma exposição antológica que o CAM dedicou à artista. Duas delas podem ser vistas até 18 de setembro na exposição Histórias de uma Coleção.