O poeta, artista visual e realizador Julianknxx (nome artístico de Julian Knox) estará em Lisboa para apresentar uma performance participativa com um coro local, no dia 20 de maio de 2023, a propósito das comemorações do Dia Internacional dos Museus, no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian.   

Trabalhando em estreita colaboração com parceiros culturais e cívicos locais, Julian Knox (Serra Leoa, 1987, vive e trabalha em Londres) retrata as experiências coletivas, documentando vivências individuais de pessoas da diáspora africana em sete cidades portuárias europeias, trabalhando com coros, músicos e comunidades locais. Através da música e da voz, Black Corporeal desafia as perspetivas dominantes sobre a história e cultura africanas, procurando os vínculos entre as comunidades locais para fazer emergir uma consciência da diáspora africana.  

Na nossa sociedade sentem-se ainda as repercussões da opressão histórica e dos preconceitos sociais que ameaçam o direito à existência de quem tem corpos negros. O artista faz um exame crítico sobre a relação entre a materialidade e a psique negra. A performance representa-o num apelo à respiração. As vozes do coro ondulam continuamente: inspiram, expiram. 

Este projeto desdobra-se numa série de residências artísticas em várias cidades europeias através de um processo de colaboração em que Julianknxx documenta experiências individuais através do envolvimento com comunidades artísticas, enquanto vai produzindo obras através de uma série de intervenções colaborativas e performativas. Em Lisboa, a residência de Julianknxx vai traduzir-se nesta performance com um coro local.  

Deste trabalho resultará uma instalação audiovisual, que será apresentada no Barbican Centre de Londres, no outono de 2023. A instalação audiovisual será apresentada no novo edifício do CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian, em datas a confirmar.  

Será ainda transmitido o filme Black Corporeal (Between this Air), no Auditório 3 da Fundação Gulbenkian. Neste trabalho, questiona-se a ideia de que a nossa capacidade de respirar – um ato continuamente desafiado por tudo, como a poluição do ar, o stress, a ansiedade e até o preconceito social – é mais do que a capacidade dos nossos pulmões de inspirar ar: é igualmente um reflexo da maneira como vivemos individualmente e em comunidade.  

Julianknxx cruza a sua experiência na poesia, no cinema e na performance, dedicando-se a uma forma de investigação existencial que procura encontrar formas de expressar as realidades inefáveis ​​das experiências humanas e, em simultâneo, examinar as estruturas através das quais vivemos.   

Artista multidisciplinar, Julian Knox inspira-se nas tradições da história oral da África Ocidental para refletir sobre como construímos perspetivas locais e globais. O artista materializa esta reformulação através de um repertório que desafia ideias de identidade fixas e desmantela narrativas lineares históricas e sociopolíticas ocidentais, numa tentativa de conciliar a memória do que é existir em espaços liminares de transição.  

Black Corporeal é coproduzido pelo The Barbican Center e pelo Wetransfer em colaboração com sete cidades europeias: Antuérpia, Barcelona, ​​Hamburgo, Liverpool, Marselha e Roterdão. Em Lisboa o projeto é coproduzido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em colaboração com o Festival Iminente.