Obra de Graça Morais no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
A exposição Graça Morais: Mapas da Terra e do Tempo, que teve lugar no ano passado no Museu do Côa, viajou até ao Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, onde figurará até junho deste ano. Com curadoria de Jorge da Costa, esta exposição reúne c. 50 obras da artista inspiradas no período Paleolítico.
A relação da obra de Graça Morais com a arte primitiva começa desde cedo: em criança, a artista tinha por hábito desenhar nas fragas da sua aldeia natal de Vieiro, em Trás-os-Montes. Quando foi lançado o movimento de defesa das gravuras do Côa, a artista associou-se imediatamente à causa.
Ao longo dos 50 anos da sua carreira, esta forma de arte influenciou o seu modo de desenhar e de pintar. Para esta exposição, foram selecionadas obras que tiveram como ponto de partida figuras como o enigmático «homem-bisonte», com mais de 14 mil anos, encontrado na caverna Les Trois-Frères, em França, e usado pela artista nos cenários da peça Os Biombos, de Jean Genet, que decorreu em 1993 no Teatro Experimental de Cascais.
A presença de uma arte dita primitiva encontra-se em muitas outras obras da artista, em particular nos trabalhos das décadas de 1980 e 1990, como Mapas e o Espírito da Oliveira, obra da Coleção do CAM que está patente na exposição. Esta obra, realizada em 1984, juntamente com outras pinturas e desenhos com o suporte em lona, foi apresentada em São Paulo nesse ano e no Rio de Janeiro no ano seguinte.
A obra foi adquirida diretamente à artista para a Coleção do CAM, em 1985.