Mikhail Karikis foi galardoado com o prémio Paul Hamlyn Foundation

Mikhail Karikis, autor do projeto participativo «Sons de uma Revolução», recebeu o prémio Paul Hamlyn Foundation, reconhecida instituição inglesa.
15 nov 2024

Mikhail Karikis recebeu no dia de ontem o prémio Paul Hamlyn Foundation. Atribuído anualmente desde há 30 anos, este prémio apoia os indivíduos a desenvolverem as suas ideias criativas, dando liberdade aos beneficiários para o utilizarem como entenderem.

Nas palavras do artista: «Receber o Prémio Paul Hamlyn é um reconhecimento não só do meu trabalho, mas também de todos os que comigo colaboraram. Agradeço a todos os participantes, aos colegas, às instituições e aos financiadores que acreditaram no meu trabalho e tornaram possível o desenvolvimento dos meus projetos ao longo de várias décadas. Juntos viajámos, cuidámos e cultivámos a esperança num presente político que teima a tentar extingui-la. É também um reconhecimento das práticas artísticas que se atrevem a sair do estúdio e a envolver-se diretamente com as camadas da população esquecidas e negligenciadas. Um prémio com esta visibilidade transmite à cultura dominante e ao mundo da arte que a arte é feita por pessoas e para pessoas, e é uma forma de praticar a nossa cidadania e de catalisar um mundo melhor e mais esperançoso.»

«Sons de uma Revolução» , projeto artístico participativo que Mikhail Karikis partilhou com o Artallis – Conservatório d’Artes de Loures, o CAM e a Gulbenkian Música, surge de um dos gestos mais emblemáticos da Revolução de Abril, a colocação de cravos vermelhos nos fuzis dos soldados. Este projeto propõe uma reflexão sobre as revoluções por fazer, recuperando a ideia de uma contraposição da natureza à tecnologia bélica contida nesse gesto poético do cravo contra a espingarda. Karikis e os jovens alunos do Artallis procuraram chamar a atenção para as alterações climáticas e seus efeitos sociais, políticos e económicos, deslocando a noção de Revolução para os elementos naturais e da natureza.

O projeto participativo de criação musical e performativa, que envolve a participação de 52 alunos do Artallis entre os 14 e os 24 anos ao longo de um ano, teve a sua primeira apresentação em setembro no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian com a Orquestra Gulbenkian, e irá resultar numa obra audiovisual a apresentar no CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian, na primavera de 2025. 

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