Estreia do filme «Amadeo»
O mais recente filme do realizador Vicente Alves do Ó é uma longa-metragem de ficção histórica inspirada na vida e obra do pintor nascido em Amarante, em 1887, que cedo partiria para Paris e privaria com Picasso, Gaudí, Modigliani, Apollinaire e com o casal Delaunay.
Considerado um dos artistas mais importantes do modernismo dos inícios do século XX, mas cuja relevância é descoberta anos mais tarde, após a sua morte, Amadeo articula na sua pintura linguagens como o cubismo, o futurismo e o expressionismo, atingindo em muitos momentos um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte internacional sua contemporânea.
O filme recria três grandes momentos da vida de Amadeo: a primeira grande exposição modernista em Portugal, organizada pelo jovem artista em 1916, que revelou um mundo novo a um país velho e conservador; a apresentação dos primeiros trabalhos à elite artística da cidade de Paris em 1911; e, por fim, o fatídico ano de 1918, quando não resistiu à pandemia de gripe espanhola que matou milhões de pessoas em vários países do mundo.
Integram o elenco do filme Rafael Morais, Ana Lopes, Lúcia Moniz, Ana Vilela da Costa, Manuela Couto, Ricardo Barbosa, Raquel Rocha Vieira, José Pimentão, Rogério Samora e Eunice Muñoz.
Produzido por Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola, da Produtora Ukbar Filmes, Amadeo contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, que cedeu imagens das obras do artista que pertencem à Coleção do CAM.
Em 2006 e 2016, a FCG organizou grandes retrospetivas da obra de Amadeo. A exposição Amadeo de Souza-Cardoso. Diálogo de Vanguardas, inaugurada no dia do nascimento do artista e no ano em que decorriam 100 anos exatos sobre a sua partida para Paris, 14 de novembro de 2006, teve como principal objetivo firmar um novo olhar sobre o artista, de forma a legitimá-lo e incluí-lo na história da arte contemporânea. A mostra, que esteve patente no edifício sede da FCG, em Lisboa, atraiu mais de 100 mil visitantes. Uma década mais tarde, em 2016, a Fundação organizou a exposição Amadeo de Souza-Cardoso (1887 – 1918) no Grand Palais, em Paris, cidade que contribuiu para o amadurecimento da sua obra e onde permanecia pouco conhecido do grande público. Realizada no âmbito das comemorações do 60.º aniversário da FCG e do 50.º aniversário da sua Delegação em França, esta mostra recebeu mais de 73 mil visitantes.