A partir de 21 de maio, a Fondation Beyeler, sediada em Basileia, recebe a primeira exposição individual dedicada à obra da artista colombiana Doris Salcedo (Bogotá, 1958) na Suíça. Intitulada Doris Salcedo, a exposição irá percorrer a carreira da artista, integrando várias obras-chave das diferentes fases do seu percurso.

Uma das mais aclamadas artistas colombianas a nível internacional, Doris Salcedo cria esculturas e intervenções site-specific inspiradas na sua experiência e história pessoal. Os seus trabalhos partem muitas vezes de objetos e materiais do quotidiano, como mobiliário de madeira, peças de vestuário, cimento ou relva, para dar forma à dor, ao trauma, à violência e à perda.

Entre 2011 e2012 decorreu na nave do CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian a exposição individual da artista Plegaria Muda [Oração Silenciosa], na qual figurou uma instalação com o mesmo título encomendada pelo CAM e pelo Moderna Museet de Malmö, onde a exposição também foi apresentada. Esta mostra passou ainda por São Paulo, pela Cidade do México, por Roma e por Londres.

A instalação, composta por 162 esculturas, teve como ponto de partida a violência vivida no seu país natal, especificamente os numerosos casos de jovens assassinados. Doris Salcedo acompanhou as mães que procuravam os seus filhos desaparecidos e o seu consequente luto, criando esculturas semelhantes a caixões, mas que ao mesmo tempo são símbolos de vida e renovação, já que delas brotam plantas que vão crescendo.

O CAM adquiriu cinco das esculturas que faziam parte da instalação, que viajam agora até Basileia para serem apresentadas na exposição, cuja curadoria é de Sam Keller e Fiona Hesse, e que estará patente até 17 de setembro de 2023. Simultaneamente, a Fondation Beyeler apresenta a instalação Palimpsest, da mesma artista, que reflete sobre a crise migratória.