As celebrações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor (23 de abril) serviram de mote para a mostra Flaubert na Coleção Gulbenkian patente no Museu Calouste Gulbenkian. São expostas seleção de obras do escritor francês Gustave Flaubert (1821-1880), representado na Coleção de Calouste Gulbenkian com dez exemplares.  

Com curadoria da conservadora Ana Maria Campino, a exposição reflete sobre o poder ilustrativo das edições de luxo, que atraíram Calouste Gulbenkian, ávido bibliófilo. Embora o escritor não permitisse a ilustração das suas obras, após a sua morte foram publicadas várias edições ornamentadas por importantes ilustradores, gravadores ou encadernadores. 

Entre os exemplares selecionados encontra-se uma edição pertencente à Coleção do CAM de La Légende de Saint Julien L’Hospitalier, ilustrada por Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918). Realizada em 1912, a ilustração de Amadeo alia tradição e modernidade: partindo do manuscrito medieval, o artista transpõe os limites do livro ilustrado, aproximando-se do conceito de livro de artista. 

A mostra, que pode ser visitada até 20 de novembro, é apresentada em três momentos nas galerias do Museu, de acordo com as temáticas que inspiraram o escritor: Antiguidade, imaginário cristão e medieval e século XIX. No dia 6 de maio haverá uma conversa em torno de  a«Flaubert e a ilustração na viragem do século XIX para o século XX».