Waltercio Caldas
Espelho C
Rio de Janeiro, Brasil, 1946
Realizou a sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1973. Desde então tem participado intensamente no cenário das artes plásticas, no Brasil e no exterior. Representou o Brasil nas Bienais de S. Paulo (1983, 1987, 1996), Mercosul (1997, 2005, 2007), Coreia (2004) e Veneza (1997 e 2007), e na Documenta de Kassel (1992). Na Bienal da Coreia recebeu o Grande Prémio do Júri “City Light Award” pela peça O Ar Mais Próximo.
Na Europa realizou, entre outras, exposições individuais na Galeria Denise René, em Paris (2005) e na Galeria Elvira González, em Madrid (2007).
As suas esculturas, objetos e desenhos integram o acervo de importantes coleções particulares e museus do Brasil, Europa e Estados Unidos, tais como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu de Arte Contemporânea de S. Paulo, Museum of Modern Art de Nova Iorque, a New Gallery Kassel e o Phoenix Art Museum, no Arizona.
Waltercio Caldas criou esculturas públicas de ar livre, instaladas com caráter permanente, para as cidades de Punta del Este, Uruguai (1983), S. Paulo (1989), Leirfjord, Noruega (1994), Rio de Janeiro (1996), Santa Catarina, fronteira do Brasil com a Argentina (2000), Porto Alegre (2005), e Santiago de Compostela, Espanha (2008).
O artista publicou o Manual da Ciência Popular, editado em 1982 pela Fundação Nacional de Artes, Rio de Janeiro e reeditado em 2008 pela editora Cosac e Naify, São Paulo, também em inglês; e Notas ( ) etc , editado pelo Gabinete de Arte Raquel Arnaud, São Paulo, 2006, onde apresenta uma seleção de escritos e anotações que acompanham a reflexão sobre as suas obras desde 1970.
Entre as monografias publicadas sobre a sua obra, destacam-se Aparelhos, (GBM Editora, Rio de Janeiro, 1979), Mais Lugares, (Edições CGAC, Espanha, 2009), Waltercio Caldas, (Cosas e Naify, São Paulo, 2001) e Salas e Abismos, (CosacNaify, 2010).
Em Julho de 2008, apresentou vários trabalhos de natureza escultórica concebidos para integrar uma exposição no CAM Fundação Calouste Gulbenkian, que ocupou o espaço da maior nave do museu. Em 2010 apresentou Salas e Abismos no Museu Vale e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 2011 realizou uma individual na Galeria Elvira Gonzalez, em Madrid, e apresentou “A Serie Negra” na Galeria Raquel Arnaud, em São Paulo.
Referindo-se às obras do artista, José Thomaz Brum (2000) escreve: «aparentemente ascéticas, elas deixam a luz, o ar, o vazio atravessá-las e respondem, com uma espécie de materialidade imaterial, às tagarelices vãs do mundo. Eu sei que elas se querem “objetos no mundo”, mas essas coisas decepcionam e iludem o mundo se este se quer fixidez e imobilidade».
O espírito inquieto e filosófico de Waltercio Caldas é transversal à obra e às publicações que assina, selando com grande capacidade de síntese e de surpresa formal e cinética as suas propostas espaciais e objetuais. O artista não reivindica influências específicas: afirma que a sua obra nasceu da boa música e da boa arquitetura que fizeram época no Brasil.
Leonor Nazaré
Abril de 2013