Terry Frost
Newlyn Rhythm
1915 – 2003
Terry Frost nasceu em Leamington Spa, Inglaterra. Após abandonar a escola com 14 anos teve vários trabalhos, incluindo numa fábrica de aviões em Coventry, onde ficou responsável por pintar as sinaléticas coloridas nas asas de caças e bombardeiros. Mobilizado para a Segunda Guerra Mundial, foi capturado em Creta, na Grécia (1941), e depois deslocado para uma prisão na Baviera, onde conheceu um prisioneiro de guerra mais jovem, o artista Adrian Heath, que o encorajou a pintar e desenhar. Nunca esqueceria estes quatro anos de encarceramento, a que chamava a sua «Universidade», devido à experiência física e espiritual violenta a que se sujeitou para pintar os colegas em telas feitas de almofadas, com tintas cujos pigmentos eram misturados no óleo das latas de sardinha.
Procurando recuperar da sua experiência traumática, e a conselho de Heath, decide juntar-se, logo em 1946, à comunidade artística de St Ives, em Cornwall, onde acabaria por trabalhar a maior parte da sua vida. Começou por estudar na St Ives School of Art, onde teve aulas com Leonard Fuller (1891-1973). Em 1947 ganhou uma bolsa pelo serviço militar prestado para frequentar a Camberwell School of Art, onde foi aluno de Victor Pasmore e William Coldstream (1908-1987).
O seu trabalho inicial era figurativo, tributário do realismo da «Escola de Euston Road». Sob influência de Pasmore e de Ben Nicholson, que o introduziu ao Cubismo, começou, logo em 1949, a criar pinturas abstrata. Buscava inspiração na natureza de Cornwall, nos astros ou nos reflexos do mar, ou até mesmo em barcos e mulheres, que davam origem aos círculos e curvas coloridos que caracterizam as suas obras.
Foi assistente de Barbara Hepworth e estudou com Roger Hilton em Paris. Contudo, as suas viagens mais decisivas foram a Nova Iorque, em 1960 e 1962, onde conheceu Willem de Kooning (1904-1997), Barnett Newman (1905-1970) e Mark Rothko (1903-1970), com quem Frost regressou a Inglaterra. Nesta altura, a cor assume um papel estrutural nas suas composições lineares, gerando tensão e movimento entre as formas. A escala das obras aumenta e experimenta com uma ampla variedade de técnicas, como a gravura, a cerâmica e a escultura.
AR
Maio de 2010