Roger Hilton

1911 – 1975

Após uma formação artística ao longo dos anos 30 em Londres e Paris, Roger Hilton envereda, durante os anos 50, pelos caminhos da abstração, numa obra pioneira informada pelas vanguardas internacionais. Ao longo dos anos 60, reintroduz a figuração na sua obra, a partir de um imaginário singular, desenvolvido plenamente nos guaches que produziu nos últimos anos de vida, presa à cama devido a problemas de saúde. Hilton representou o Reino Unido na Bienal de Veneza (1964) e foi ordenado Comendador do Império Britânico (1968).

Roger Hilton nasceu em Londres, cidade onde iniciou a sua formação artística. Foi aluno de Henry Tonks (1862-1937) na Slade School of Art (1929-1931), e estudou, na década de 1930, na Académie Ranson em Paris, sob orientação de Roger Bissière (1886-1964). Aí estabeleceu importantes ligações com pintores europeus. Lutou na Segunda Guerra Mundial, sendo feito prisioneiro de guerra em 1942. Após a sua libertação, no fim da guerra, regressa a Inglaterra, onde deu aulas no ensino secundário e na Central School of Arts & Crafts.

 

Realizou as suas primeiras pinturas abstratas no começo dos nos 50, influenciado pelas novas experiências apresentadas em Paris, cidade a que regressava regularmente. Numa viagem a Amesterdão, em 1953, o artista Constant Nieuwenhuys (1920-2005), ligado à vanguarda artística europeia (CoBrA, Situacionista Internacional), mostrou-lhe as obras de Mondrian (1872-1944). A obra deste pintor abstrato leva Hilton a simplificar os motivos das suas composições e a utilizar um número mínimo de cores. A convite de Patrick Heron visita o condado de Cornwall (1956), onde voltará regularmente para trabalhar e mais tarde se estabelece definitivamente.

 

Torna-se um dos representantes principais da Escola de St Ives, a colónia de artistas estabelecida nesta cidade de Cornwall desde finais do século XIX, que nas décadas de 50 e 60 conheceu uma fase de grande atividade. Neste contexto, as composições de Hilton distinguem-se pela justaposição quase expressionista de objetos e formas. A qualidade cromática das suas obras faz de Hilton provavelmente o artista britânico mais próximo do Expressionismo Abstrato de Nova Iorque, sem, na verdade, ter sido por ela influenciado de modo direto.

 

Durante o início dos anos 60 Hilton interessou-se particularmente pela reinvenção da pintura figurativa. Executou várias séries de nus femininos, nomeadamente da sua mulher na célebre Oi Yoi Yoi (1963, na Tate Gallery). Esta é uma obra que ilustra a sua convicção de que uma pintura deve transmitir de imediato uma sensação de vitalidade, sob pena de se limitar a uma imagem morta.

 

Na década de 70, problemas de saúde, de que virá a falecer em 1975, obrigam-no a ficar de cama. Nestes últimos anos da sua vida, Hilton produziu guaches coloridos que regressavam aos temas infantis característicos do seu trabalho inicial (animais, pássaros, barcos, nus).

 

 

AR

 

Maio de 2010

 

 

Atualização em 10 março 2016

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