Peter Sedgley
Manifestation
Londres, 1930
Peter Sedgley nunca recebeu uma educação artística formal. Iniciou-se de modo autodidático na pintura em 1963, influenciado por artistas como Bridget Riley, Harry Thubron e Bruce Lacey (n. 1927). Alcançando um reconhecimento rápido entre a comunidade artística, foi convidado em 1965 para participar com Bridget Riley e Victor Vasarely na célebre exposição The Responsive Eye [O Olho Responsivo], no MoMA de Nova Iorque, marco importante na divulgação das pesquisas desenvolvidas no âmbito do Op Art.
O seu fascínio pelas sensações cinéticas despertadas por padrões geométricos complexos e por contrastes nas variações de cor caracterizam a sua pintura. Desde o início as suas obras exploram a relação ambígua entre figura e fundo, partindo de uma geometria severa. Usa frequentemente anéis concêntricos de cor, cujos círculos considerava «anónimos», dado apresentarem uma forma homogénea e simultaneamente familiar, simulando o olho do observador. Os materiais que utilizava para induzir estas experiências visuais hipnóticas eram habitualmente fabricados com uma mistura artesanal de cores e resinas comerciais, que aplicava sobre a superfície através de uma pistola de spray. O seu interesse na perceção e na experiência visual continua a marcar o seu trabalho, em recentes investigações sobre o movimento em objetos tridimensionais.
Além da sua atividade artística, teve um papel relevante no contexto inglês. Em 1968 foi, com Bridget Riley, um dos principais fundadores do Arts Information Registry (A.I.R.) [Registo de Informação Artística] e o Space Provision Artists Cultural and Educational (S.P.A.C.E.), uma das primeiras organizações a fornecer espaços de trabalho a artistas, procurando melhorar as condições de trabalho e permitir a apresentação independente de exposições.
AR
Maio de 2010