Patrick Scott

1921

Patrick Scott nasceu em Kilbrittain, County Cork, na Irlanda, em 1921. Além de atividade profissional como arquiteto e designer, desenvolveu em paralelo um importante trabalho pictórico que envereda pela abstração, da qual foi um dos mais importantes representantes na Irlanda. Ao longo da sua carreira, recebeu vários prêmios nacionais e internacionais e outras honrarias. Atualmente vive e trabalha em Dublin.

Após estudar arquitetura no University College Dublin (1939-1945), Patrick Scott trabalhou durante quinze anos com o arquiteto Michael Scott (1905-1989). Por esta via participou no projeto para o conhecido edifico da estação rodoviária de Dublin (Áras Mhic Dhiarmada ou mais comummente Busáras), ficando encarregue da decoração dos mosaicos. Foi ainda o designer responsável pela cor laranja dos comboios intercidades na Irlanda.

 

Durante os seus anos de estudante começou a expor com o White Stag Group em Dublin, de que também Louis le Brocquy fazia parte. Aí, apresentava paisagens realistas e naturezas-mortas. Só em 1960 decidiu dedicar-se exclusivamente à pintura, afirmando-se de imediato como o principal representante da abstração pura na Irlanda. Neste mesmo ano representa o país na Bienal de Veneza e ganha o Guggenheim Award.

 

Nas suas abstrações Scott aplica as fórmulas estruturais da arquitetura modernista em que se formou, compondo as telas a partir de linhas angulares e formas reduzidas com as quais descreve de modo analítico elementos do mundo natural. Através de uma utilização própria da linha e um uso minimalista de cores, as suas formas geométricas – quase sempre círculos e quadrados que interagem entre si – criam um efeito de simplicidade estética que o pintor defende ser a dimensão eminentemente meditativa da sua arte.

 

A partir de 1964 começa a utilizar de modo frequente vários materiais invulgares, como a folha de ouro e o paládio, sobre telas e folhas brancas que deixa praticamente vazias. Esta conceção das imagens como símbolos para a contemplação pura reflete o seu interesse particular pelo Budismo e pela arte oriental, depois de várias viagens à China e ao Japão.

 

Conjugando a sua atividade artística com a de designer, recebeu também várias encomendas importantes para criar tapeçarias, destinadas a instituições como o Banco da Irlanda, o Parlamento Europeu em Estrasburgo ou a St. Paul’s School em Londres. Recebeu o Irish American Cultural Institute Award (2004), é membro honorário da Royal Hibernian Academy, e foi nomeado Saoi [sábio] da associação de artistas irlandesa Aosdána (2007).

 

 

AR

 

Maio de 2010

 

 

Atualização em 10 março 2016

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