Patrick Heron
October 5
1920 – 1999
A exposição de Georges Braque (1882-1963) na Tate Gallery, em 1946, teve um impacto decisivo em Patrick Heron, que escreveu um ensaio sobre o artista e foi até Paris para o conhecer pessoalmente. Viajou também pela Provença e por Itália, mas seria a pintura francesa a principal influência no seu trabalho, em particular o trabalho de Henri Matisse (1869-1954), Pierre Bonnard (1867-1947) e Pierre Soulages. Tal reflete-se na cor e luminosidade das suas paisagens, retratos e naturezas-mortas, bem distintas do tipo de trabalho que era então apresentado em St Ives.
Contudo, a exposição dos Expressionistas Abstractos, realizada em 1956 na Tate Gallery em Londres, levou-o a dedicar-se exclusivamente a um tipo de pintura radicalmente não-figurativa, fascinado pelo que designava como o «vazio criativo» de artistas como Robert Motherwell (1915-1991), Jackson Pollock (1912-1956) ou Mark Rothko (1903-1970). A partir de então, leva às últimas consequências a arte formalista, em composições verticais e horizontais de manchas e listas suaves, que exploram as coordenadas específicas da pintura: cor, forma, organização, textura e ritmo.
Após um breve período de experiências tachistes, começa, a partir de 1957, a sua obra de maturidade, em que vai realizar algumas das mais avançadas experiências feitas na arte britânica no campo da abstração, chegando a afirmar nos anos 70 que os pintores norte-americanos da abstração «pós-pictórica» se tinham inspirado na sua obra. A partir da segunda metade dos anos 80, Heron empreende uma nova viragem na sua obra, com uma componente predominantemente caligráfica.
AR
Maio de 2010