Patrick Collins

1911 – 1994

Patrick Collins foi um dos mais importantes pintores da Irlanda no século XX. Apesar de se dedicar à arte tardiamente, tornou-se uma das referências da arte irlandesa, através da sua pintura de paisagismo «abstrato» ou onírico, inspirado nas paisagens e na literatura irlandesas. Foi objeto de várias retrospetivas, a primeira em 1982 em Cork, Belfast e Dublin, organizada pela Irish Arts Council. As suas obras têm sido expostas em Irlanda e na Europa e integram coleções públicas e privadas

Após uma infância difícil em County Sligo, Irlanda, onde nasceu, Patrick Collins trabalhou numa companhia de seguros, onde permaneceu durante quase 20 anos. Sem tempo nem dinheiro para uma educação artística sólida, frequentou apenas dois semestres de aulas noturnas de desenho e pintura, no National College of Art & Design, em Dublin, e no estúdio do pintor local George Collie (1904-1975).

 

Só em 1945 decide dedicar-se exclusivamente à pintura, vivendo algum tempo no Castelo Howth (perto de Howth, Irlanda), então ponto de encontro de artistas e escritores, incluindo o escritor seu amigo Aidan Higgins (n. 1927). Apesar de levar uma existência solitária, entrou em contacto com outros escritores e poetas, como Anthony Cronin (n. 1928), Brendan Behan (1923-1964) e Arland Ussher (1899-1980). Desenvolveu um fascínio particular pelo Ulysses de James Joyce, fundamental para a escolha dos seus temas. Evitando a representação literal dos objetos, preferia criar paisagens poéticas e oníricas a partir do mundo natural, em azuis e cinzentos frios com toques de cores fortes, cujas pinceladas expressivas lembram Jack Butler Yeats. Começou a expor anualmente na Irish Exhibition of Living Art [Exposição Irlandesa de Arte Viva] em 1950.  Em 1958, ganhou o Guggenheim Award, iniciando o seu período criativo mais fértil.

 

No final dos anos 50 viajou várias vezes até Carnac, na Bretanha, para estudar os monumentos pré-históricos neste local, a que dedicou uma série de imagens de menires. A sua pintura, contudo, só mudou drasticamente quando foi viver para França, em 1971-1977 e de novo em 1979, adotando uma técnica mais solta e sugestiva, com cores mais leves, de azuis e verdes-claros. No entanto, atormentado pela falta de dinheiro e por problemas de saúde, regressou à Irlanda, procurando uma nova liberdade na pintura através de telas maiores e de formatos irregulares.

 

Ganhou o Prêmio de Paisagem Oireachtas (1971), o Prémio do Instituto Cultural Irlandês-Americano (1976) e o Prêmio Douglas Hyde (1985). Em 1980 foi eleito membro honorário da Royal Hibernian Academy [Academia Real Irlandesa]. Em 1987 recebeu o título honorífico de Saoi [sábio] da associação de artistas irlandesa Aosdána, criada em 1981, em reconhecimento do seu contributo para as artes visuais na Irlanda. Recebeu ainda um doutoramento honoris causa do Trinity College de Dublin (1988).

 

 

AR

 

Maio de 2010

 

 

Atualização em 10 março 2016

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