Michael Bolus
Bowbend
Cidade do Cabo, África do Sul, 1934 – 2013
Nos tempos de estudante, começou por modelar e esculpir pedra, mas cedo decidiu abandonar estas técnicas tradicionais em favor do aço e do alumínio, que permitiam explorar os problemas escultóricos que mais o interessavam, nomeadamente o equilíbrio, o alongamento da forma e as superfícies lisas.
A linguagem abstrata e os novos materiais da sua escultura associaram-no naturalmente a um grupo de escultores emergentes, como David Annesley, Phillip King, Tim Scott ou Isaac Witkin, também antigos alunos de Anthony Caro na St Martin’s. É ao lado destes artistas, muitas vezes referidos como a «Escola de Caro», que Michael Bolus integra a exposição The New Generation: 1965, na Whitechapel Gallery (1965). Apresentou, nesta ocasião, uma série de esculturas polícromas de formas abstratas, recortadas em placas de alumínio e dispostas sobre o chão. Através do uso de tinta industrial criou uma ideia de continuidade entre as várias superfícies, um problema plástico que o tinha ocupado, e que queria resolver materialmente, sem recurso a técnicas ilusionistas.
Se, a partir de 1963, Michael Bolus começa a soldar com menos frequências as suas peças, no início da década de da década seguinte a sua escultura parece literalmente erguer-se do chão e fragmentar-se no ar, ao utilizar construções com redes e grelhas coloridas cuja tridimensionalidade desafia as leis da gravidade.
AR
Maio de 2010