Manuel Amado

1938

Manuel Amado nasceu a 13 de Junho de 1938 em Lisboa, quarto dos sete filhos do escritor e encenador Fernando Amado e de Margarida Sotto-Mayor. Viveu até aos 19 anos na grande casa do século XVIII dos seus avós, o Palácio Pimenta, actual Museu de Lisboa. Estudou no Colégio Moderno e desde cedo participou nas peças de teatro organizadas pelo Colégio. Foi também actor no teatro da Mocidade Portuguesa, dirigido por António Manuel Couto Viana, e participou ainda em peças sob a direcção do seu pai no Teatro Universitário de Lisboa. O teatro interessá-lo-á toda a vida, porém, depois dos 19 anos só volta a pisar palco ao lado da artista e amiga Lourdes Castro em 1984, na peça de Almada Negreiros Antes de Começar, apresentada no ACARTE do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Ao longo da vida, fará cenários para algumas peças, trabalho que achava «uma coisa maravilhosa».

Entre 1957 e 1966 frequentou o curso de arquitectura, ao mesmo tempo que trabalhava em ateliers de arquitectos. Foi forçado a interromper o curso quando foi chamado para o serviço militar e depois, com o início da guerra colonial em 1961, para servir como oficial miliciano em Angola, onde ficou até 1963. Casou com Teresa Viegas em 1961, antes de partir. Em 1964 nasceu o filho Rodrigo, no ano seguinte, Rita, e em 1968 a sua filha Joana. Nestes anos pinta intermitentemente, e duas das suas primeiras referências em pintura são De Chirico e Magritte. Participou em exposições colectivas na SNBA até Cruzeiro Seixas o convidar para uma primeira individual em 1978. Expôs regularmente a partir de 1983 e em 1987 decidiu dedicar-se inteiramente à pintura, abandonando a arquitectura. Nesse ano, viajou aos EUA e descobriu a pintura de Edward Hopper, que o tocou particularmente. Pedro Tamen e Nuno Júdice escreveram poemas em diálogo com os seus quadros. Pintou sobretudo séries temáticas, regressando a algumas por vezes com intervalo de anos. As casas que habitou, o cinema, a praia e o mar, os espaços transitórios e o teatro, são a matéria de que é feita a sua pintura. Morreu em Lisboa no dia 14 de Outubro de 2019.

Mariana Pinto dos Santos

*A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1945.

Atualização em 30 novembro 2021

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