José de Almada Negreiros
Sem título – Dedicado à Tareca – Excertos do texto «A Invenção do Dia Claro»
Cidade da Trindade, São Tomé e Príncipe, 1893 – Lisboa, Portugal, 1970
Procurando, entre os movimentos de vanguarda europeus, o rumo da sua individualidade artística e literária, digna da «pátria portuguesa do século XX» (tal como a descreve no Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX, 1917), Almada escreve A Cena do Ódio (1915), o Manifesto Anti-Dantas e Litoral (ambos de 1916), A Engomadeira e K4 O Quadrado Azul (publicados em 1917). Realiza a sua segunda exposição individual na Galeria das Artes de José Pacheco, em Setembro de 1916, longe já do humorismo dos Salões. O rótulo futurista que, em 1917 – ano da 1.ª Conferência Futurista e de Portugal Futurista -, assume com Santa Rita Pintor, é adoptado provocatoriamente como estandarte da modernidade e da luta contra o passadismo.
As representações lisboetas dos Ballets Russes, em 1917 e 1918, marcam-no profundamente, animando sob a sua influência uma série de bailados representados por amadores e por crianças, em particular pelas jovens Lalá, Tareca, Zeca e Tatão (que formam, com Almada, o «Club das Cinco Cores»). A poética da ingenuidade almadiana, intimamente relacionada com este grupo, será desenvolvida em Paris, cidade onde vive relativamente isolado entre 1919 e 1920, prosseguindo a sua aprendizagem fora das academias livres e dos ateliers e contactando apenas de passagem com os artistas de vanguarda.
De regresso a Lisboa, realiza a sua terceira exposição individual no Teatro de S. Carlos, apresentando desenhos feitos em Paris. Anuncia, no âmbito desta exposição, A Invenção Do Dia Claro (publicado em 1921), manifesto poético da ingenuidade.
Durante os anos vinte publica Pierrot e Arlequim (1924) e começa a escrever Nome de Guerra (1925); colabora nas revistas Contemporânea, Athena, e Presença, no Diário de Lisboa, e no Sempre Fixe; participa na Exposição dos Cinco Independentes (1923), e nos I e II Salões de Outono (1925 e 1926); pinta Auto-Retrato Num Grupo e Banhistas, para a Brasileira do Chiado (1925), e um Nu Feminino, para o Bristol Club (1926); integra o grupo de artistas «novos» que José Pacheco tenta, em vão, fazer entrar na Sociedade Nacional de Belas Artes; e constata que «é viver o que é impossível em Portugal» (Modernismo, 1926).
Parte, então, para Madrid (1927-1932), onde participa activamente na cena artística e literária, convivendo e colaborando com os artistas, arquitectos e escritores mais representativos da modernidade espanhola. De regresso a Lisboa, realiza a conferência Direcção Única, defendendo a unidade entre indivíduo e colectividade, «esses dois valores iguais, recíprocos, que dependem um do outro e que isoladamente se suicidam por suas próprias mãos». Relação difícil mas que Almada vê esperançado, em Março de 1935, no âmbito da I Exposição Oficial de Arte Moderna, uma iniciativa de António Ferro, figura próxima da geração de Orpheu e director do recém-criado SPN: «Ser artista é um resultado directo da humanidade e da sociedade; é um lugar legítimo de determinadas individualidades», «aos poderes públicos compete-lhes tão-somente não ignorar e reconhecer os determinados valores que a humanidade e a sociedade lhes indicam», «é com grande respeito que vejo, pela primeira vez na minha terra, os poderes públicos ao lado da arte mais nova de Portugal».
Com uma «personalidade» artística já definida e alguma estabilidade emocional (graças ao casamento com a pintora Sarah Affonso em Março de 1934) e financeira (devido às encomendas públicas que começa a receber), Almada prossegue sozinho o caminho aberto com os seus antigos camaradas, rumo à consagração. Como escritor, com a publicação de Nome de Guerra, em 1938, que inaugura a Colecção de «Autores Modernos Portugueses» (dirigida por João Gaspar Simões, Edições Europa). Como pintor, premiado em 1942 (Prémio Columbano), em 1946 (Prémio Domingos Sequeira), em 1957 (Fundação Calouste Gulbenkian), e em 1966 (Prémio Diário de Notícias), e autor das decorações a fresco para as Gares Marítimas de Alcântara (1943-1945) e da Rocha do Conde de Óbidos (1946-1949), e dos Retratos de Fernando Pessoa para o Restaurante Irmãos Unidos (1954) e para a Fundação Calouste Gulbenkian (1964). Enquanto teórico de arte, com os ensaios Ver (1943), Mito – Alegoria – Símbolo (1948), e A Chave Diz: Faltam Duas Tábuas e Meia no Todo da Obra de Nuno Gonçalves (1950), textos que teorizam a incessante busca do cânone, fundamento da criação universal, que explora na série de quatro óleos abstracto-geométricos apresentados na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957), e sintetiza no painel Começar (1968-1969), realizado para a entrada da mesma Fundação.
Sara Afonso-Ferreira
Sem título – Dedicado à Tareca – Excertos do texto «A Invenção do Dia Claro»
LA LETTRE
O Pierrot que nunca ninguém soube que houve
Estudo para o painel «Começar»
S/ Título
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Parva (em latim) nº 2
s/titulo
s/título
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Partida de emigrantes
Colosso adormecido
Retrato de António Navarro
s/título
s/título
Parva (em latim) nº 1
Auto-Retrato
s/título
Partida de emigrantes
Retrato de Mário Sá Carneiro
Orpheu
s/título
s/título
s/título
s/título
Partida de emigrantes
As banhistas (Pintura decorativa – Café «A Brasileira» do Chiado)
Tema mitológico
O Sapato
Retrato de Sarah Affonso
Um homem casado
s/título
s/título
s/título
Retrato de Gonçalo de Mello Breyner
[Auto-Retrato num grupo] (Pintura para o café ” A Brasileira” do Chiado, Lisboa)
A meia
Auto-Retrato
s/título (Manicure)
s/título
s/título
s/título
s/título
Nu (Pintura para o Bristol Club)
s/título
s/título
s/título
s/título
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O Beijo
s/título
s/título
s/título
“Os sempre fixes”
s/título
Retrato de Fernando Pessoa
s/título
s/título
s/título
s/título
Porta da Harmonia
Silhueta sobre fundo azul
s/título
s/título
S/ Título
s/título
s/título
O Ponto de Bauhütte
Silhueta sobre fundo fambroesa
Five o’clock tea
s/título
s/título
s/título
s/título
s/título
Duplo retrato
Quadrante I
Silhueta sobre fundo vermelho
s/título
Figurino para o bailado A Princesa dos Sapatos de Ferro
Lálásissima!
s/título
s/título
s/título
Greta Garbo en “El beso”
Relação 9/10
Silhueta de personagem sobre fundo azul
s/título
Histoire du Portugal, par coeur
s/título
Rondel do Alentejo
Artista e Modelo
Homenagem a Luca Signorelli
s/título
O Menino d’ Olhos de Gigante
s/título
Comme vous j’aime une Marie qu’avec elle je me marie
s/título
Integração racial
s/título (Pintura decorativa – Alfaiataria Cunha)
Maternidade
s/título
A Noite Rimada
s/título
Retrato de Agostinho Fernandes
s/título
Domingo lisboeta
s/título (Pintura decorativa – Alfaiataria Cunha)
Espanhola
Santa Mulher
s/título
Parva 5
s/título
Retrato de José Pacheco
Domingo lisboeta
Silhueta de três personagens sobre fundo bronze
s/título
s/título
Parva IV
s/título
Retrato de Manuel Lima
s/título
Domingo lisboeta
Par enlaçado sobre fundo alaranjado