Joe Tilson
Xanadu
1928 – 2023
Trabalhava inicialmente dentro de um estilo realista bastante convencional, inspirado por acontecimentos contemporâneos e pela recordação das suas viagens. Mas ao longo dos anos 50, recorreu à sua formação oficinal para criar vários relevos em madeira, de aspecto artesanal, que conquistaram de modo progressivo uma linguagem formal abstracta, em formas geométricas muito simples, que o levaram às exposições dos “Young Contemporaries”, nas galerias da RBA. Associou-se, de seguida, à primeira geração da arte Pop, preferindo utilizar novas técnicas como a fotografia, serigrafia ou a colagem, onde retratava situações quotidianas e figuras políticas radicais, em cores apelativas e numa imagética esquematizada que utilizava a cidade como fonte de inspiração, ao utilizar a malha urbana como dispositivo estrutural das composições. Embora já tenha sido considerado “o rei esquecido da arte Pop” [the forgotten king of Pop art], Joe Tilson procurou uma existência rural e simples na década de 70, favorecendo o trabalho manual da madeira, e técnicas mais tradicionais como a gravura, na qual representa temas retirados da mitologia pré-clássica ou de simbologias da natureza.
Entre 1958 e 63, deu aulas na St Martin’s School of Art, Slade School of Fine Art, University College London, King’s College em Newcastle upon Tyne, na School of Visual Arts, em Nova Iorque, e na Hochschule für Bildende Kunste, em Hamburgo. Foi eleito Royal Academician (1991). Vive e trabalha em Londres e em Cortona, na Toscânia.
Afonso Ramos