Jeremy Moon
Concord
1934 – 1973
O seu interesse inicial era dirigido à escultura, tendo apresentado obras abstractas que receberam um prémio na exposição dos “Young Contemporaries” em 1962, e alcançado de seguida o posto de Professor de Escultura na St Martin’s School of Art (1963-1968) e na Chelsea School of Art (1963-1973), em Londres. No entanto, e apesar da sua breve carreira, o seu nome ficaria sobretudo associado ao conjunto de pinturas repletas de ambiguidades ilusórias que realizou, desafiando o acto de olhar e o processo perceptivo do observador, muito influenciado pelas experiências do Expressionismo Abstracto norte-americano, e em particular, pelo estilo post-painterly e hard-edge que Moon privilegiava acima de tudo.
As suas telas nascem de um processo experimental muito lento, apesar da sua aparência enganadoramente simples e sistemática. Através de uma constante reflexão que tinha por base o desenho, a estrutura final resultava de uma organização e reajuste progressivo dos padrões e das combinações de cores, com um perfeito comando do espaço arquitectónico que envolvia a obra. Tal como na dança, uma das suas maiores paixões, nunca está ausente das suas composições uma coreografia cuidadosa, com um sentido de balanço, harmonia e movimento que contraria a ideia de pintura estática.
Afonso Ramos