Harry Thubron

1915 – 1985

Nasceu em Bishop Auckland, County Durham. Estudou na Sunderland School of Art (1933-8), no Royal College of Art (1938-40) e serviu nas H. M. Armed Forces (1941-6). Começou por criar obras figurativas, que rapidamente trocou pela arte abstracta, não só em pintura, como em relevos em madeira, metal ou resina. Após 1965, dedicou-se sobretudo a colagens e <em>assemblages</em> com materiais encontrados na rua, normalmente de origem industrial, afirmando que a arte pode ser feita a partir de qualquer coisa, numa democracia de materiais e ideias que é acima de tudo um fenómeno visual, e não uma ilustração conceptual. Viveu a sua época mais criativa entre Londres e o sul de Espanha, nos anos 70 e 80, muito interessado pelo trabalho de Kurt Schwitters e de Antoni Tàpies, e com particular admiração por Paul Klee, à semelhança de quem defendia a arte como meio de auto-desenvolvimento e auto-descoberta, conciliando experiência e instinto no acto criativo.

Contudo, a sua produção artística foi ofuscada pela actividade docente, destacando-se na década de 50 e 60 pelas suas experiências pedagógicas pioneiras. Revolucionou o ensino artístico em Inglaterra, ao implantar um Curso Básico de Design [Basic Design Course] em Leeds, cujo programa era inspirado na Bauhaus alemã e nos escritos teóricos de Herbert Read. Em vez de se focar nas questões técnicas, apoiava-se antes num esforço de literacia visual sobre a percepção e a expressão, a estrutura e o método do objecto artístico.

 

Com base neste programa, Victor Pasmore e Richard Hamilton desenvolveram um curso introdutório para estudantes de arte, design e arquitectura, no Kings College de Newcastle, que viria a ser o modelo-padrão de ensino em vários países, como a Irlanda ou o Canadá. Thubron organizava também por esta altura uma série de “summer schools” em Yorkshire e Norfolk, nas quais partilhava as suas ideias sobre educação artística com professores, estudantes e artistas que vinham de todo o país, influenciando de modo marcante toda uma geração de criadores como Hoyland, Sausmarez, Bridget Riley ou Michael Kidner.

 

Além de vários ensaios publicados e uma constante intervenção cultural, foi Professor de pintura na West Hartlepool School of Art (1946-1950), e “Head of Fine Arts” de várias escolas de arte, Sunderland (1950-1955), Leeds (1955-1964), Lancaster (1964-1965). Visiting Professor na University of Illinois, nos E.U.A. (1966-1968), Director de Estudos da Kingston School of Art na Jamaica (1969-1970), e ensinou em part-time no Goldsmiths’ College (1971-1982). Recebeu a Order of the British Empire (1978). 

 

 

Afonso Ramos

Atualização em 10 março 2016

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