Fernando Lanhas

Porto, Portugal, 1923 – Porto, Portugal, 2012

Nasce no Porto, onde cresce e estuda arquitectura na Escola de Belas-Artes (1942-1947). O seu interesse pela pintura leva-o a desenvolver uma série de experiências inovadoras que contribuem para a afirmação da arte abstracta em Portugal. Dinamizador e líder de várias exposições do grupo «Os Independentes» realizadas no Porto (1943-1950), faz parte da «terceira geração» modernista. Ao longo da sua carreira desenvolve uma actividade intensa em áreas tão diversas como a arquitectura, a astronomia, a geofísica, a arqueologia e museologia, protagonistas absolutas na sua contínua investigação plástica e metafísica.

A obra de Fernando Lanhas explora a pintura não-figurativa como meio de transformação e apropriação da realidade. Desde 1943, participa em exposições nacionais de arte moderna e abstracta que distinguem a sua obra do vocabulário neo-realista, generalizado na sua época. Faz parte de várias representações oficiais em exposições internacionais como as Bienais de São Paulo em 1953 e em 1958, ou a Bienal de Veneza em 1960. A sua actividade está impregnada de uma curiosidade sistemática e exploratória perante aquilo que desconhece. A tela O.32-60, título que significa: óleo, obra número trinta e dois, realizada em 1960, pertencente à colecção do CAM, é um notável exemplo de uma das suas abstracções geométricas. Realizada em tons suaves, a superfície pictórica resulta de uma investigação realizada por Lanhas para constituir uma paleta de cor, a partir do pó resultante da moagem de uma selecção de seixos recolhidos do mar.

Nos anos 50 pinta rochedos da Serra de Valongo e produz várias pinturas a óleo sobre pequenos seixos. Ocupa-se da identificação e inventariação de locais de interesse arqueológico, sobretudo na região Norte do país, de que, entre outras, resultam vários estudos e publicações realizados com Domingos de Pinho Brandão (1966-1969). Foi director do Museu Etnográfico e Histórico do Porto (1973-1993). Desenvolveu vários projectos de arquitectura e organizou várias montagens de exposições no Museu Monográfico de Coimbra, no Museu Militar do Porto e no Museu de Mineralogia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, entre outros. A sua obra tem recebido um reconhecimento crescente, como o demonstram as retrospectivas organizadas em 1987 pela SEC em Lisboa, e mais recentemente em 2001 pelo Museu de Serralves no Porto e Lugar de Desenho em Gondomar.

 

Sofia Ponte

Maio de 2010

Atualização em 16 abril 2023

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