Brian Wall

Londres, 1931

Brian Wall nasceu em Londres e estudou pintura no Luton College of Art (1949-1950). No ano seguinte partiu para Paris, onde viveu durante um ano, pretendendo familiarizar-se com as diversas tendências das vanguardas da arte moderna. De regresso a Inglaterra, instalou-se em St. Ives, na Cornualha (1952-1956), com o intuito de aprofundar o seu conhecimento sobre a obra de Ben Nicholson. Durante esse período, frequenta uma escola técnica de Camborne, onde adquire conhecimentos nas técnicas da metalurgia e soldadura, começando a interessar-se por escultura.

Entre 1955 e 1960, após regressar a Londres e iniciar uma actividade docente no Ealing College of Art e na St. Martin´s Achool of Art, trabalha como assistente no estúdio de Barbara Hepworth. Nesses anos expõe nas galerias Grosvenor e Grabowski; em 1961 participa na Bienal de Paris e em 1967 tem uma exposição individual da sua obra em Bristol, na galeria Arnolfini.

 

Brian Wall foi um dos principais artistas britânicos a articular um estilo muito pessoal de abstracção com as potencialidades do aço na construção escultórica. Contemporâneo de Anthony Caro na St. Martin’s School of Art, ambos transmitiam como conceito básico um processo de construção a partir placas de aço soldadas; expõe com Caro, Richard Smith e David Hockney e com os americanos Kenneth Noland e Ad Reinherdt. Contemporâneo ainda do célebre grupo de escultores que ficou conhecido como a New Generation, e de que faziam parte David Annesley, Phillip King, Tim Scott, William Tucker e Isaac Witkin, Wall nunca aderiu às propostas mais radicais daqueles artistas, nomeadamente, a uma fusão da produção artística e industrial ou à utilização de novos materiais como a fibra de vidro, mantendo-se fiel aos princípios formalistas de construção e a uma grande simplicidade de linguagens, influências directas da pintura de Ben Nicholson e da escultura de Barbara Hepworth.

 

Reconhece-se, porém, que a sua inspiração colheu um espectro alargado de simbologias e influências, que vão desde artistas como Naum Gabo à cultura japonesa, ou do jazz ao Budismo Zen. Nos primeiros anos em que se dedica à escultura, ainda na década de 50, Wall trabalha com pedra e madeira, explorando as formas curvilíneas mais próximas das que se encontram na natureza, mas, progressivamente, passa a utilizar o aço com maior frequência. Em 1972 muda-se para os Estados Unidos, Califórnia, e até lá expõe com frequência em França, onde chega a adquirir um estúdio que mantém em simultâneo com o da Baía de S. Francisco, onde permanece durante duas décadas, exercendo a docência em Berkeley, Universidade da Califórnia até 1992, ano em que obtém a sua reforma. Em 1983, o Museu de Arte Moderna de S. Francisco apresentou uma retrospectiva da obra de Wall. Alguns anos mais tarde, em 1999, a sua obra surge de novo reunida numa exposição individual em Londres, na Flowers East.

 

Noções de espaço e tempo, de estrutura e de geometria, são essenciais na obra de Brian Wall, sobretudo na sua conciliação fecunda com alguns princípios ou qualidades construtivistas e a linearidade geométrica do De Stijl holandês, mas também com a simplicidade reivindicada pelo Minimalismo.

 

 

Mariana Gaspar

Maio de 2010

 

 

 

Atualização em 10 março 2016

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