As suas pinturas dos anos 60 encontravam inspiração numa imagética popular e na moderna técnica do poster, ao trabalhar uma iconografia muito Pop (carros e mulheres) através de sequências, como “stills” dum filme ou instantâneos fotográficos, que surgiam saturadas de cor e imensamente apelativas ao observador. A figura feminina era tratada de modo simplificado, geralmente uma pin-up decalcada de uma revista, jovem e provocatória, cuja vivia entregue a actividades de sedução e lazer, tanto integrada na cidade como num ambiente de praia. Simbolizavam a promessa de prazer, em profundo contraste com a dura realidade que Londres tinha atravessado no pós-guerra, lembrando a fantasia californiana que David Hockney celebrizaria. Com efeito, após ter ensinado na Chelsea School of Art (1962-1966), Donaldson muda-se para Los Angeles, onde trabalhou durante dois com uma Harkness Fellowship.

No regresso a Londres, a sua pintura revelava uma simplicidade absoluta, com campos de cor brilhantes, reminiscentes do trabalho de Warhol. Nesta época, começa a interessar-se pela escultura experimental, que pratica com base nas telas e fotografias que tinha feito às fachadas Art Déco dos cinemas da cidade americana. Recentemente retomou a pintura, após uma interrupção de 15 anos. Vive e trabalha em Londres e no sul de França. 

Afonso Ramos