Sobre futuros (im)possíveis
Filmes de Maiko Endo, Shigeo Arikawa, Rei Hayama, Yoriko Mizushiri e Koki Tanaka
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Estúdio Centro de Arte Moderna GulbenkianPreço
- 5,00 € – 20,00 €
10% – Cartão Gulbenkian
Este programa reúne obras que especulam sobre como será o futuro e as competências e ferramentas que devem ser cultivadas – do espírito de coletividade à capacidade de imaginação – para fazer frente aos tempos que se avizinham.
Oferecendo um breve olhar do estimulante mundo das imagens em movimento dos artistas japoneses, Filmes Engawa procura estabelecer um lugar para a sua existência na arte e no cinema contemporâneos japoneses.
Duração: 90 min.
«Jizai», de Maiko Endo
2024
Japão, 15’
Em japonês e francês, legendado em português
Um rapaz trabalha com um robô integrado nele próprio, tentando criar um novo membro para o seu corpo, que lhe permita expandir os limites das capacidades humanas. O rapaz comunica com duas outras crianças em simultâneo através de uns óculos especiais. As suas visões refletem o mundo real, mas também o mundo cibernético. Tudo parece interligado entre si, mas…
Ficha técnica
Escrita, edição, produção e realização
Maiko Endo
Elenco
Yotaro Endo
Maya Schmidt
Tenma Hayakawa
Direção de fotografia
Naoki Noda
Cenário
TakayukI Mitsuizumi
Natsuki Fujioka
Iluminação
Yuki Maeshima
Produção e Mistura de som
Mikisuke Shimadzul
Fotografia de cena
Nojyo
Design de som
Nicolas Becker
Pós-produção áudio
Naoko Asari
Música e efeitos sonoros
Takashi Hattori
Efeitos visuais VFX
Hiroaki Hotta
Colorista
Mari Yasuda
Designer do título e créditos
Masaaki Kuroyanagi
Coordenação de festivais
Nanako Tsukidate
Publicidade
Gloria Zerbinati
Coprodutores
Harumi Kusumi
Junki Nakagawa
Naoki Noda
Produtores executivos
Masahiko Inami
Tomo Suzuki
Supervisão
Masahiko Inami
Colaboração especial
Shunji Yamanaka
Colaboração
Universidade de Tóquio
Universidade Waseda
Universidade de Tecnologia Toyohashi
Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS-France)
Universidade de Eletrocomunicação
Produção Executiva
JST ERATO
Inami JIZAI-Body Project
Tomo Suzuki Japão
Produção
3 Eyes Film a Fool
Coprodução
Art & Science Communication Lab
Jizaie inc.
Three-Films
«Am I dreaming of others, or are others dreaming of me?» (Estarei a sonhar com outros, ou estarão os outros a sonhar comigo?), de Shigeo Arikawa
2014
Japão, Holanda, 10’41’’
Este é um filme sobre «um sonho». Um sonho existe nas fronteiras indefinidas entre o eu e os outros, a vida e a morte, o presente e o futuro. Num sonho ocorre uma metamorfose que transforma estas fronteiras numa espiral e deixa as duas coisas a circular num movimento contínuo, sem lapsos. Esta obra é o segundo filme da série intitulada PIXCANNING. A palavra PIXCANNING foi composta a partir de «pix» (do inglês picture/pixel, ou seja, remetendo para a imagem)” e «scanning» (de explorar/examinar). Trata-se de um método para recolher elementos que passam através das malhas do reconhecimento, quando as imagens surgem ou são construídas.
«Their Bird», de Rei Hayama
2010 – 2012, 13’08”
Filmado em película de 8mm
Legendas em inglês
Their Bird baseia-se nas memórias de infância de Hayama nas florestas do centro do Japão, que visitava com frequência nas férias. Depois de adulta, Hayama regressou a essas florestas com a irmã, e as duas realizaram este filme em conjunto. Uma finge ser um pássaro enquanto a outra se torna numa fotógrafa com uma câmara de 8mm pela primeira vez. Hayama revela a enigmática história de um ser humano que visita a floresta e tenta tornar-se pássaro. No final do filme, porém, as duas irmãs terão de abandonar a montanha. Na cena final, é possível vislumbrar uma zona habitada por humanos enquanto as duas descem a montanha.
Nos primeiros trabalhos de Hayama, o filme parece rastejar pelo ecrã, como se o próprio medium fosse uma consciência singular, como que à procura da vida da história. Esta é uma transferência do próprio filme, o suporte da imagem, para película utilizando a técnica do fotograma, extensivamente utilizado por Man Ray e outros artistas.
«Futon», de Yoriko Mizushiri
Japão, 2012
Sem diálogos
Enrolado no futon, as recordações afloram à mente, o futuro é imaginado, os sentidos são recuperados, as sensações físicas como mulher estão profundamente enraizadas. Tudo se funde agradavelmente. No futon, o corpo maravilha-se à procura destes sentidos.
Ficha técnica
Realização e animação
Yoriko Mizushiri
Música
“Dark End” (canção original do álbum “karakuri” de Mari Fukuhara, rearranjada por Seiji Toda)
«A Haircut by 9 Hairdressers at Once (Second Attempt)» (Um Corte de Cabelo por 9 Cabeleireiros ao Mesmo Tempo (Segunda Tentativa)), de Koki Tanaka
2010
EUA, Japão, 28’
Em inglês com legendas em português
«Colaboração temporária
Existe documentação de vários projetos colaborativos levados a cabo em diferentes locais por pessoas de diversas profissões: cinco pianistas tentam compor uma partitura em conjunto enquanto tocam piano ao mesmo tempo; nove cabeleireiros colaboram no corte de cabelo de um modelo; cinco ceramistas tentam fazer um único pote; cinco poetas tentam compor um único poema em conjunto.
Porque é que escolhi pessoas que fazem coisas para participarem nestes projetos? Fazer qualquer coisa em colaboração é uma proposta ética. É necessário tentar realizar o trabalho em conformidade com outros, suprimindo o ego individual. Neste processo, os participantes têm de deixar de lado, temporariamente, as ideias, abordagens e práticas que desenvolveram até então e descobrir como chegar a um compromisso com outros. Poder-se-ia dizer que o processo colaborativo é um processo de negociação e compromisso. A microssociedade que resulta da colaboração exige dos seus participantes um determinado tipo de ética. Aderir a essa forma de ética pode mesmo exigir a sua própria transformação. É assim a colaboração: ambos, o eu e o outro, precisam de mudar para alcançar o consenso.
Talvez o motivo por que quis que os participantes fossem pessoas que fazem coisas fosse porque pensei que as pessoas com práticas criativas fossem mais adequadas para lidar com esta forma ética. Cada um de acordo com a sua própria abordagem, todos os participantes dão forma a música, penteados, barro e linguagem. As diferenças de como tratam os materiais exprimem as diferenças entre as pessoas. Também começam a refletir diferenças de carácter. Deste modo, ao moverem as suas mãos, os participantes dão forma à própria sociedade. O que aqui é documentado é o processo deste tipo de escultura social, sendo, por isso, também um documento da falência desse processo. O processo de ter múltiplos participantes a moldarem a sociedade implica, necessariamente, o fracasso. Repetimos um processo de tentativa e erro. Esta é também uma questão atual relacionada com os modos de continuar a repensar a democracia.»
Koki Tanaka (março de 2014)
Ficha técnica
Director
Koki Tanaka
Participantes
Victor A. Camarillo
Kristie Hansen
Nikki Mirsaeid
Olga Mybovalova
Sandra Osorio
Anthony Pullen
Brian Vu
Nicole Korth
Erik Webb
Karen Yee
Localização
Zindagi Salon
San Francisco
Curador
Julio Cesar Morales
Encomendado por
Yerba Buena Center for the Arts, San Francisco
Produção e fotografia
Tomo Saito
Engawa – Temporada de arte contemporânea japonesa
Engawa é uma programação que traz a Lisboa um conjunto de criadores do Japão e da diáspora japonesa, muitos dos quais pela primeira vez em Portugal. Saber mais
Biografias
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Koki Tanaka
Koki Tanaka recorre a múltiplos suportes, incluindo filmes e escrita crítica, para desenvolver uma prática artística que repensa a natureza da colaboração e da comunidade em torno do tema «como viver juntos». Recentemente, a sua prática tem-se focado na perspetiva dos cuidados sociais, em particular no acolhimento de crianças. Tanaka tem exposto com frequência, sendo de realçar a participação nas seguintes exposições: Trienal de Aichi (2019), Skulptur Projekte Münster (2017), 57.ª Bienal de Veneza (2017), 55.ª Bienal de Veneza (2013). Recebeu uma menção honrosa pela sua representação nacional na 55.ª Bienal de Veneza em 2013 e foi «Artista do Ano» do Deutsche Bank em 2015.
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Maiko Endo
Maiko Endo nasceu em Helsínquia (Finlândia) e cresceu em Tóquio (Japão). Violinista de formação, nos anos 2000 mudou-se para Nova Iorque, onde se interessou por cinema, realizando o seu primeiro filme KUICHISAN que venceu o grande prémio do Jihlava International Documentary Film Festival em 2012. Em 2016 concluiu o segundo filme, TECHNOLOGY. A sua mais recente média-metragem, TOKYO TELEPATH, de 2020, fez parte da seleção oficial do Festival Internacional de Cinema de Roterdão. Atualmente vive em Tóquio.
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Rei Hayama
Rei Hayama começou a trabalhar com a imagem em movimento enquanto estudava no Departamento de Imagens em Movimento e Artes Performativas da Universidade de Arte Tama, em Tóquio. Hayama cresceu num ambiente singular que lhe permitiu interações frequentes com a vida silvestre e o contacto com questões ambientais. Os seus filmes revolvem em torno da natureza e de todos os seres vivos que são ocultados por uma mundovisão antropocêntrica. Os seus trabalhos têm sido expostos e apresentados em grandes instituições de todo o mundo, incluindo o NTT InterCommunication Center, Tóquio (2024); Bonner Kunstverein, Alemanha (2022); National Gallery of Zimbabwe, Harare (2022); Jeu de Paume, Paris (2021).
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Shigeo Arikawa
Shigeo Arikawa (1982, Tóquio) é artista e cineasta, e vive e trabalha em Amesterdão, nos Países Baixos. Durante uma residência de dois anos que iniciou em 2014 na Rijksakademie van Beeldende Kunsten, em Amesterdão, criou trabalhos em diversos suportes, como vídeo, instalação e fotografia. Num mundo onde a informação incerta abala o reconhecimento e os desejos das pessoas, chegando a causar erros, as suas peças procuram questionar o significado do «ver» ao perturbar e agitar deliberadamente o ato humano de interpretar e dar significados às coisas. Os seus filmes foram apresentados em festivais de cinema em todo o mundo, incluindo os Festivais Internacionais de Cinema de Roterdão, de Karlovy Vary, de Vancouver e de Hong Kong.
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Yoriko Mizushiri
Yoriko Mizushiri é um cineasta que cria animações com uma expressão tátil. Para além de apresentar curtas-metragens, está também envolvido na produção de videoclips, anúncios publicitários e vídeos de exposições. As suas curtas-metragens foram exibidas e premiadas em festivais no Japão e no estrangeiro, e “Anxious Body”, produzido em 2021, estreou na Competição da Quinzena dos Realizadores no 74.º Festival de Cinema de Cannes e ganhou mais de 15 prémios internacionais.
Parceria
Colaboração
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.