Sobre a memória do corpo
Filmes de Nao Yoshigai, Nao Usami e Kaori Oda
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Estúdio Centro de Arte Moderna GulbenkianPreço
- 5,00 € – 20,00 €
10% – Cartão Gulbenkian
Diz-se que o corpo guarda memórias daquilo que a mente esquece. Numa exploração dos limites da expressão corporal, da animação digital ao filme de dança, este programa propõe um corpo que carrega a história e transforma esse peso em gestos.
A bailarina e coreógrafa Nao Yoshigai intervém em duas qualidades neste programa: como realizadora em Hottamaru days e como espírito mudo em Gama.
Oferecendo um breve olhar do estimulante mundo das imagens em movimento dos artistas japoneses, Filmes Engawa procura estabelecer um lugar para a sua existência na arte e no cinema contemporâneos japoneses.
Duração: 120 min.
«Hottomaru days», de Nao Yoshigai
Japão, 2015, 38’
Em japonês, legendado em português
Um poema visual fantástico e belo sobre espíritos alegres que residem numa casa.
Há uma casa de madeira de um andar. Nesta pequena casa, vivem quatro ninfas dançarinas e Satoko (cantora), um ser humano. Elas estão absorvidas pela música de Satoko e têm uma vida confortável. Mas um dia, as ninfas bailarinas descobrem por acaso que outra menina estava a viver na casa.
«Hottamaru» é uma palavra cunhada a partir de duas palavras japonesas: «Hotteoku» (deixar algo como está) e «Tamaru» (acumular). Significa coisas que se acumulam se deixarmos algo como está. Coisas caídas do corpo humano, como cabelo, unhas, peles da sola dos pés. Ou vários cheiros que se acumulam na vida quotidiana.
Ficha técnica
Elenco
Shibata Satoko
Orita Risa
Kogure Kaho
Realização e argumento
Yoshigai Nao
Música
Shibata Satoko
Som
Masaya Kitada
«I stitch my skin to the ground» (Coso a minha pele ao chão), de Nao Usami
2023
Japão, 23’
Sem diálogos
Esta peça é composta por dois jogos vídeo, Ambiguous Lucy (2021) e Replay over and over (2023), captados em vídeo (durante o jogo). A história é baseada em relatos de pessoas que sofreram agressões sexuais no passado e que transformaram os seus corpos em «objetos». Sentindo que a pele que foi tocada está suja e tentam removê-la, embarcando em jornadas de busca por novos corpos, ao mesmo tempo que se ligam a outros corpos, como máquinas, plantas ou pedras.
Ficha técnica
Realização, animação e programação
Nao Usami
Música
Chiho Oka
Voz
Manae Shimizu
Nao Usami
«Gama», de Kaori Oda
2023
Japão, 53’
Em japonês com legendas em português
Em Okinawa, onde no final da Segunda Guerra Mundial decorreram intensos combates terrestres, existem muitas cavernas naturais denominadas «GAMA». Mitsuo Matsunaga, guia para a paz e colecionador de peças/vestígios da Batalha de Okinawa, descreve o modo como a população civil procurou abrigo nas GAMA durante a guerra. À medida que os combates em terra se intensificavam, ocorreram mortes massivas em algumas GAMA, enquanto noutras as pessoas tentaram comunicar com os soldados americanos, conseguindo poupar muitas vidas. As experiências daqueles que viveram debaixo da terra são revividas através de «experiências de escuridão» tecidas na narrativa. A «sombra» vestida de azul deambula no espaço. Os restos daqueles que morreram desconhecidos surgem vivos à nossa frente. Os vestígios do tempo e da atividade humana que se acumulam em camadas nas GAMA, moldados pela passagem do tempo, foram captados em filme de 16mm.
Ficha técnica
Realização, edição e design de som
Kaori Oda
Fotografia
Yoshiko Takano
Som, direção técnica e cor
Hayato Nagasaki
Iluminação
Risa Hiraya
Assistentes de realização, segunda câmara e pesquisa
Yuto Torii
Coordenadora de produção
Eriko Oda
Produtores
Ryohei Tsutsui
Eijun Sugihara
Elenco
Mitsuo Matsunaga
Nao Yoshigai
Engawa – Temporada de arte contemporânea japonesa
Engawa é uma programação que traz a Lisboa um conjunto de criadores do Japão e da diáspora japonesa, muitos dos quais pela primeira vez em Portugal. Saber mais
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Biografias
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Kaori Oda
Kaori Oda (Osaka,1987) é cineasta e artista. Os seus trabalhos exploram as memórias dos seres humanos através da imagem e do som. A sua primeira longa-metragem, «ARAGANE» (2015), estreou no Festival Internacional de Cinema de YAMAGATA, onde recebeu uma Menção Honrosa. O filme foi apresentado em vários festivais, incluindo Doclisboa, Mar del Plata IFF, Sarajevo FF, Taiwan International Documentary FF. A sua segunda longa-metragem, «Toward A Common Tenderness» (2017) estreou no DOK Leipzig e «TS’ONOT/Cenote» (2019), filmado nas cavernas subaquáticas da baía de Yucatan, no México, estreou na secção Bright Future do Festival Internacional de Cinema de Roterdão em 2020. GAMA (2023), foi apresentada no MoMA Doc Fortnight, no Cinéma du Réel e no Cinéma de Brive (Jury SFCC de la Critique).
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Nao Usami
Nao Usami é uma artista focada no desenvolvimento de jogos com recurso à tecnologia 3DCG. Na sua prática, procura libertar-se da categorização social. Defende os jogos pela sua capacidade de permitirem vivenciar a experiência de situações com outras pessoas e objetos.
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Nao Yoshigai
Nao Yoshigai (Japão, 1987) é cineasta, bailarina e coreógrafa. Os seus filmes são uma “dança”. Coreografa imagens, som e texto como um filme para se concentrar na “experiência” baseada na fisicalidade e nos fenómenos que são únicos nos seres vivos. O seu filme «Grand Bouquet» foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores em Cannes em 2019.
Parceria
Colaboração
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.
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