Révolutions Xenakis: projeção de filme e conversa
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Auditório 3 Fundação Calouste GulbenkianO evento tem tradução simultânea francês/português e interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
Integrada nas comemorações do centenário do compositor, arquiteto, engenheiro e matemático Iannis Xenakis (1921/1922-2001), a exposição Révolutions Xenakis é o ponto de partida para a projeção do documentário premiado Xenakis Revolução: O Construtor de Sons (2022).
O documentário constrói-se em torno da vida e obra do compositor grego, pioneiro no campo da música eletrónica e criador dos mais inovadores espetáculos de luz e de som. São reveladas imagens inéditas de arquivo, filmagens das suas performances musicais e entrevistas com familiares, amigos e investigadores.
A projeção é seguida de uma conversa com Mâkhi Xenakis, filha do compositor e curadora da exposição, e Benoît Gibson, especialista na obra de Xenakis e autor de vários estudos acerca do compositor, incluindo dois ensaios publicados no catálogo que acompanha a exposição.
Oradores
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Mâkhi Xenakis
Mâkhi Xenakis estudou ciências e, posteriormente, arquitetura, sob a orientação de Paul Virilio. Começou por desenhar cenários e figurinos para teatro com Claude Regy e, em 1989, recebeu uma bolsa de pintura que lhe permitiu mudar-se para Nova Iorque, onde conheceu a artista Louise Bourgeois, com quem trabalhou de perto.
Em 1999 realizou a sua primeira exposição individual de escultura. Em 2012, fez a curadoria de uma exposição sobre o seu pai, Iannis Xenakis, debruçando-se sobre o seu processo criativo, que a levou a escrever Iannis Xenakis, un père bouleversant.
Atualmente, divide o seu tempo entre a escultura, o desenho e a escrita. A sua obra está representada em coleções como o Centre Pompidou, a Manufacture de Sèvres, a Manufacture des Gobelins e a FNAC.
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Benoît Gibson
Benoît Gibson estudou viola de arco, análise e teoria da música no Conservatório de Música de Montreal no Canadá antes de completar um doutoramento em Música e Musicologia na École de hautes études en sciences sociales em Paris (França).
Entre 2000 e 2007 lecionou na Escola Superior de Música de Lisboa e é, desde 2000, professor de análise musical na Universidade de Évora, onde dirigiu, entre 2008 e 2014, a Unidade de Investigação em Música e Musicologia – UnIMeM e, entre 2017 e 2021, o Departamento de Música.
Como especialista, deu várias conferências e publicou vários textos sobre a obra de Iannis Xenakis. O seu livro sobre a música instrumental do compositor, publicado na editora Pendragon Press, constitui um contributo significativo para o conhecimento do pensamento criativo do compositor.
Programa
16:00 / Projeção do documentário
Xenakis Revolução: O Construtor de Sons, 2022, 55′
Simultaneamente compositor, arquiteto e engenheiro, Xenakis é uma das figuras mais originais da música moderna. Precursor da computação musical, do espetáculo do som e da luz, do concerto espacializado, Xenakis continua a inspirar os artistas da cena eletrónica contemporânea. Ao contar a história do homem que foi, este filme mostra claramente como este artista utópico e revolucionário desenvolveu uma linguagem única entre a música, a arquitectura, a ciência e a matemática.
Tal como as utopias da década de 1960, a revolução de Xenakis foi total, tanto política e artística, como tecnológica e social. De origem grega, Xenakis formou-se como engenheiro e lutou no final da Segunda Guerra Mundial. Gravemente ferido e condenado à morte, foi obrigado a deixar o seu país, ao qual só regressaria após 27 anos de exílio.
Xenakis chegou a Paris em 1947 e começou a trabalhar com Le Corbusier no Convento de Sainte-Marie de la Tourette e no famoso Pavilhão Philips. A sua colaboração com o mestre da arquitetura moderna inspirou obras musicais radicais, tais como Metastasesis, que teve como base a sua experiência de guerra e mudou completamente a linguagem da música.
Rejeitando tanto a música tonal tradicional como as experiências de vanguarda como a dodecafonia, Xenakis concebeu uma nova forma de compor com a ajuda de partituras gráficas e cálculos de probabilidade. Impulsionado pelo desejo de mergulhar o seu público num espetáculo total, o compositor quebrou todos os códigos da orquestra e criou os polítopos, uma nova forma de arte ao mesmo tempo estrutural, visual e sonora, precursora do espetáculo sonoro e luminoso.
Xenakis foi o primeiro compositor europeu a usar o computador para criar música. A partir da UPIC, inventou o primeiro sintetizador gráfico, na esperança de tornar a composição acessível a todos. Impulsionado pelas suas ideias revolucionárias e humanistas, Xenakis quebrou as fronteiras entre as artes e as ciências e lançou as bases para criações futuristas, multimédia e transdisciplinares. É por isso que, mesmo sem o saberem, todos os DJs da cena eletrónica são hoje netos de Xenakis.
Para nos ajudar a descobrir este artista extraordinário, Stéphane Ghez optou por contar a história do homem que era, através dos testemunhos daqueles que lhe eram próximos e dos artistas que influenciou. Nas praias selvagens da Córsega, que lhe lembravam a Grécia, a sua filha Mâkhi evoca a influência da natureza nas suas composições. No Convento de la Tourette, as suas partituras gráficas ganham vida e ecoam a sua arquitetura. Pascale Dusapin, George Aperghis e Jean-Michel falam sobre a agitação que a sua obra trouxe à tradição musical. E os jovens músicos do Trio Xenakis, em intensas e espetaculares sequências musicais, mostram a vitalidade do seu trabalho.
17:00 / Conversa
Mâkhi Xenakis
Benoît Gibson
Ficha técnica
Título original
Xenakis Révolution, le bâtisseur du son
Realização
Stéphane Ghez
Elenco
Mâkhi Xenakis
Pascal Dusapin
Jean-Michel Jarre
George Aperghis
Michel Tabachnik
le Trio Xenakis
Makis Solomos
Elisavet Kiourtsoglou
Distribuição
Cinétévé Sales
Copyright
© ARTE France – Cinétévé – Mâkhi Xenakis, 2022
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