CAM em Movimento: Miguel Palma

Cemiterra-Geraterra, 1991-2000

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A escultura Cemiterra-Geraterra do artista Miguel Palma viaja até Loures, onde pode ser vista no Parque Quinta dos Remédios, na Bobadela.

O município de Loures recebeu, em outubro de 2021, a escultura de Miguel Palma Cemiterra-Geraterra, instalada no Parque Quinta dos Remédios, situado na Bobadela. Datada do século XVIII, a Quinta guarda ainda hoje um extenso e inesperado olival centenário com vista para o rio Tejo. Propriedade do Instituto Superior Técnico, com uma área de cerca de 4,3 hectares, abriu ao público como parque de recreio e lazer em 2016, fruto de um protocolo de colaboração entre o IST e a Câmara Municipal de Loures.

A instalação da obra no parque foi pensada em estreito diálogo com esta paisagem natural e agrícola que desce até ao rio e se abre sobre o horizonte, abraçada pela vila da Bobadela. Instalada perto da entrada, na zona alta do parque, a escultura de grandes dimensões pontua o espaço do olival com a sua esfera, um globo terrestre em ferro, posicionado lado-a-lado com um paralelepípedo, uma caixa em ferro e aço que em tempos foi o seu habitáculo provisório.

A escultura Cemiterra-Geraterra foi apresentada pelo artista em 1991 num concurso promovido pela Secretaria do Estado da Cultura e apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Renault. Realizada no estaleiro de Frias, em Queluz, entre novembro de 1990 e março de 1991, a escultura seria doada em 1991 pelo artista à Fundação que chegaria dentro da caixa – «caixão» – de ferro e aço selado, tendo sido de imediato enterrada no Jardim Gulbenkian, perto do Centro de Arte Moderna.

A escultura permaneceu enterrada durante nove anos, até à viragem do milénio, em 2000, tendo sido desenterrada, a caixa desselada e aberta e os dois elementos da obra expostos no Jardim Gulbenkian até 2005. A obra foi apresentada com um livro com capa em ferro, de Pedro Nuno Andrade, intitulado Dois Diálogos à Procura do Sentido. Tal como a escultura, um dos 700 exemplares do livro seria enterrado.

Na obra, Miguel Palma evoca os ritos de passagens entre a vida e a morte, entre o interior e o exterior, entre o homem e o mundo natural, propondo uma escultura que cruza e interroga noções de monumento e memorial.

Cemiterra-Geraterra esteve posteriormente exposta junto à Faculdade de Economia da Universidade de Lisboa, entre 2005 e 2017. Nos próximos anos, poderá ser vista no Parque Quinta dos Remédios na vila de Bobadela.

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