CAM em Movimento: Ana Vidigal
Domingo à Tarde, 2000
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Jardim GulbenkianEmbora o trabalho visual de Ana Vidigal não seja conhecido pela produção de vídeos, Domingo à Tarde pode ser visto como um trabalho síntese da sua obra plástica.
Este vídeo de características domésticas, em registo amador, usa uma câmara que fixa o rosto da artista, enquanto executa várias ações: envolve o rosto com fita adesiva, cola-lhe pioneses, modela-o com plasticina, cobre-o com um saco de plástico transparente, filma-o através de uma superfície vidrada, que o deforma e o transforma.
Utilizando materiais de uso quotidiano que tinha à mão, a artista cria uma sequência que incorpora vários elementos comuns no seu trabalho, como a autorrepresentação, a sobreposição, a colagem e a transparência. Em certas ocasiões, esta sucessão de intervenções torna-se penosa: a distorção do rosto sob os materiais adivinha-se dolorosa, impelindo e repelindo o espectador. Também a ideia de máscara é frequente em algumas passagens do vídeo, com um intuito protetor, por um lado, mas ao mesmo tempo, provocador, como o uso de pioneses.
Num depoimento gravado em 2012, aquando do 30.º aniversário do CAM, a artista refere que este vídeo é um trabalho sem pretensões sobre o tédio e sobre a solidão, sobre «o que se faz num domingo à tarde quando nos apetece fazer qualquer coisa e ao mesmo tempo não nos apetece fazer nada». Embora nos remeta de certa forma para uma autopunição, a artista afirma que esse resultado foi acidental e que não era a intenção por detrás da obra.
Posteriormente, Ana Vidigal usou stills deste vídeo, aos quais juntou excertos textuais, para criar a obra Tornei-me feminista para não ser masoquista.
VÍDEOS
Benjamin Weil fala sobre a criação do programa «CAM em Movimento» e a instalação do contentor marítimo no Jardim Gulbenkian
CICLO COMPLETO
11 jan – 03 fev 2022
Vasco Araújo, Mulheres d’Apolo, 2010
05 fev – 03 mar 2022
Ana Vidigal, Domingo à Tarde, 2000
05 mar – 03 abr 2022
Maria Lusitano, Modern Woman, 2015
05 abr 2021 – 03 mai 2022
Gabriel Abrantes, A brief history of Princess X, 2016
Este segundo ciclo de vídeos da Coleção do CAM surge em torno da condição feminina, do feminismo, da angústia e solidão, do prazer ou mesmo das questões de género.
Curadoria: Patrícia Rosas
CAM EM MOVIMENTO
CAM em Movimento é uma programação «fora de portas», que reúne um conjunto de intervenções site-specific de artistas e exposições com obras da Coleção em diferentes espaços da cidade de Lisboa e da área metropolitana.
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