Leonor Antunes 

“da desigualdade constante dos dias de Leonor”

Slider de Eventos

Para a inauguração do seu novo edifício, o CAM convidou a artista Leonor Antunes a apresentar um novo projeto que ocupará a totalidade da sua galeria principal.

Leonor Antunes (Lisboa, 1972, vive e trabalha em Berlim e Lisboa desde 2005) tem centrado a sua prática artística numa reflexão em torno da escultura, da arquitetura, do design, da cultura material, entre outras, em que as narrativas hegemónicas do movimento modernista  são reavaliadas e reconfiguradas, como a invisibilidade das artistas mulheres ou a desvalorização de práticas mais disruptivas e radicais.

A exposição “da desigualdade constante dos dias de Leonor”, que retoma o título de um desenho de Ana Hatherly da Coleção do CAM, tem como ponto de partida uma investigação sobre as obras e os percursos de artistas mulheres, figuras determinantes do movimento modernista invisibilizadas por uma história marcada pelas desigualdades. Ao convocar estas múltiplas histórias, geografias e práticas artísticas, Leonor Antunes trabalha a sua reinscrição numa história canónica masculina, incorporando-as igualmente como “matéria” base da sua escultura.

Para esta exposição, a artista propõe uma intervenção para a totalidade do espaço da nave que inclui uma escultura de ‘chão’ em cortiça com embutidos de latão e linóleo, cujo padrão modificado parte de um desenho original para um único tapete realizado para os pais da artista e designer Marian Pepler, e um conjunto de outras esculturas que se propagam no espaço, criando uma experiência multissensorial e orgânica que transforma o espaço arquitetónico da galeria. Esta ativação do espaço convoca gestos ancestrais e saberes tradicionais e utiliza materiais naturais e orgânicos como a cortiça, a madeira, as missangas de vidro, o latão, o couro, entre outros.

Através deste convite a Leonor Antunes, o CAM dá também início a novas formas de curadoria e apresentação da sua coleção. Convidar artistas a mergulhar e selecionar obras do seu acervo é uma prática a que dará continuidade na sua programação futura. Em estreita relação com o seu trabalho, Antunes selecionou obras de artistas mulheres e de práticas artísticas historicamente menos valorizadas, muitas das quais mostradas aqui pela primeira vez, abrindo a Coleção a novas associações e leituras. Ao nomear no título o seu próprio nome, Leonor, a artista abre um campo de leitura sobre a vulnerabilidade do gesto criativo e da própria condição da artista.

Em “da desigualdade constante dos dias de Leonor”, a artista partiu inicialmente de uma investigação em torno do percurso e obra da arquiteta britânica Sadie Speight  – que participou no projeto arquitetónico do edifício histórico do CAM, mas a quem nunca foi atribuído reconhecimento – para, através de uma trama de relações e analogias, convocar as trajetórias e o trabalho de outras artistas como Marian Pepler, Charlotte Perriand e Ana Hatherly, entre outras.


Ficha técnica

Curadoria 

Rita Fabiana

Imagem principal

Leonor Antunes, «Sadie» (detalhe), 2024. Foto: Nick Ash © Leonor Antunes

Mecenas Exposição

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.