Pondo em causa os princípios dos movimentos mais importantes da música do pós-guerra, Xenakis inventou uma grande parte das técnicas composicionais que caracterizam a segunda metade do século XX. Autor de um método de composição baseado na matemática e na representação gráfica da notação musical, Xenakis revolucionou a noção de som musical, estando o seu conceito de massas sonoras na origem de timbres inauditos.
O compositor introduziu, igualmente, o processamento de grandes números e a noção de probabilidade subjacentes à sua teoria de música estocástica. Do mesmo modo, recorreu à matemática dos jogos, imaginando o princípio de peça musical aleatória, cujo conteúdo é fixado apenas durante a sua execução, o resultado de um «duelo» entre dois conjuntos orquestrais. Por fim, a sua abordagem inédita ao espaço e ao tempo na conceção dos espetáculos faz de Xenakis um dos fundadores da arte digital.
Uma instalação de luz e som realizada pelo ateliê ExperiensS funcionará, em intervalos de tempo regulares, como um curto-circuito do processo cenográfico, cobrindo o teto e as paredes do espaço central da exposição, numa transposição dos «polítopos» de Xenakis para 2022.
No espaço exterior à exposição, poderá ainda encontrar uma mostra documental de entrada livre que revela a relação próxima de Iannis Xenakis com a Fundação Gulbenkian, a instituição que mais obras encomendou ao artista.