O filme recupera imagens da resistência palestiniana captadas por Godard e Jean-Pierre Gorin em 1972 , no contexto do Groupe Dziga Vertov. A partir destas sequências e de cenas posteriormente filmadas em Paris, o filme reflete sobre a relação entre a imagem, o som e o texto, quando operam dentro do aparato cinematográfico como forma de representação do real. Olhando com rigor para a injunção metodológica do Groupe Dziga Vertov na construção de filmes políticos, Godard e Miéville examinam politicamente as condições e relações de produção das imagens. Através de uma montagem disjuntiva e de uma locução didática, questionam-se não só as imagens da classe trabalhadora parisiense, como aquelas rodadas na Palestina.

Ghalya Saadawi, cujas áreas de pesquisa incluem a estética e a política, a arte libanesa e o documentário, e Marwa Arsanios, que tem usado o filme na sua prática artística para refletir sobre movimentos e lutas, juntam-se para uma conversa sobre os temas que o filme levanta. A conversa será moderada por Stefanie Baumann, investigadora do CineLab da IFILNOVA.