Esta instalação é uma obra colaborativa site-specific que resulta da residência de Márcio Carvalho (1981, Lagos, Portugal) em quatro escolas primárias de Lisboa. Ao longo de um período de nove meses, o artista colaborou com 163 alunos, sete professoras e quatro educadoras artísticas explorando a noção de lugar enquanto ponto de intersecção entre a identidade, a memória e as estruturas de poder. O projeto desenvolveu-se quinzenalmente tanto na sala de aula, como nas exposições ou espaços envolventes das escolas e na Fundação Calouste Gulbenkian, potenciando o contacto regular e continuado com o património artístico e os processos artísticos enquanto universo de referência.

LUGAR(es) é a instalação artística que resulta desta colaboração e que desafia o modo como o conhecimento é tradicionalmente produzido, tanto na escola como no museu, apontando para formas alternativas de aprendizagem nas quais as crianças participam como agentes ativos na criação de sentidos para o mundo.

Desta forma, a dinâmica de poder da sala de aula convencional é simbolicamente invertida, colocando as mesas dos alunos no topo e amplificando a sua voz coletiva através de uma instalação sonora.

Lugar Poder

Lugar Desenho com o Artista

Lugar da Tranformação

No interior, os desenhos dos alunos são complementados com uma obra de grande escala de Márcio Carvalho, que representa o Padrão dos Descobrimentos e defende a necessidade da existência de narrativas plurais e diversificadas em substituição de uma História canónica oficial. Inspirados nas artes marciais, os judocas de Carvalho utilizam o peso do monumento e o seu legado colonial para desafiar a memória coletiva e promover novas (e mais justas) relações entre o passado, o presente e o futuro. LUGAR(es) tem como objetivo reforçar o pensamento crítico e criativo na educação através do debate, da imaginação e da cocriação, por meio de um profundo envolvimento com a prática artística.

No dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, realizou-se uma conversa – Fazedores de Lugares –, no local onde está o contentor, com a participação de Márcio Carvalho, Andreia Dias (CAM), das mediadoras Andreia Coutinho, Joana Simões Piedade e Mariana Faria, bem como de professoras e alunos participantes. A instalação permanecerá no Jardim da Fundação até 2 de outubro, onde vão decorrer visitas guiadas nos dias 23 e 28 de setembro.

CAM EM MOVIMENTO

CAM em Movimento é uma programação «fora de portas», que reúne um conjunto de intervenções site-specific de artistas e exposições com obras da Coleção em diferentes espaços da cidade de Lisboa e da área metropolitana. Saber mais