Ruy Jervis d’Athouguia
Arquitecto estabelecido em Lisboa e activo em Portugal a partir de 1944. Estuda na Escola de Belas-Artes do Porto onde se forma em 1948. No ano seguinte inicia com Formosinho Sanchez o projecto do «Bairro das Estacas», o primeiro conjunto urbano, lisboeta onde se aplicaram os princípios da Carta de Atenas, e a moderníssima Escola do Bairro de S. Miguel, adaptando os brise-soleil à janela em cumprimento.
A estas seguem-se a Escola Teixeira de Pascoaes (1956-1960), estruturada num sistema pavilhonar segundo volumes de grande pureza e abstracção poética e, já nos anos 60, a Escola Padre António Vieira.
Mas é sobretudo a obra da Sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian (com Pedro Cid e Alberto Pessoa) que representa o qualificado culminar de um discurso moderno, revelado nos princípios racionalistas da organização dos volumes secos e abstractos, ao sabor de uma filosofia de contenção manifesta na cuidadosa integração da massa construída no Parque envolvente.
No conjunto da sua obra destacam-se:
Escola do Bairro de S. Miguel (Lisboa, 1945-1953); Bairro das Estacas (Alvalade, Lisboa, 1949-1955); Casa Sande e Castro (Cascais, 1956); Liceu Padre António Vieira (Lisboa, 1959); Escola e Biblioteca Teixeira de Pascoaes (Lisboa, 1956-1960); Sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1959, 1969).
Ana TOSTÕES, Fundação Calouste Gulbenkian – Os Edifícios, F.C.G, Lisboa, 2006, p.270