José de Azeredo Perdigão
Licenciado em Direito (Faculdade de Estudos Socias e de Direito de Lisboa) com exame de Estado pela Universidade de Coimbra (1919), advogado sedeado em Lisboa, foi consultor jurídico das mais importantes empresas industriais e comerciais.
Com Aquilino Ribeiro, Faria de Vasconcelos, Raul Brandão, Câmara Reis, Ferreira de Macedo e Raul Proença, constituiu o primeiro Corpo Directivo da revista Seara Nova (1921-1923), na qual publicou diversos estudos e comentários sobre problemas económicos e financeiros. Em 1926, foi nomeado Conservador do Registo Predial, em Lisboa, cargo que exerceu até 1954.
Como advogado publicou vários trabalhos forenses de doutrina e crítica. A par da sua actividade profissional, realizou numerosas comunicações e conferências, umas sobre assuntos jurídicos, outras sobre matérias de cultura geral. Foi administrador de diversas sociedades e empresas (Banco Nacional Ultramarino; Banco de Portugal; Banco de Fonsecas, Santos & Viana, Sacor).
A partir de 1942, torna-se advogado de Calouste Sarkis Gulbenkian, durante a sua permanência em Lisboa (1942-1955). O milionário e benemérito integra-o no conjunto dos seus executores testamentários e trustees, confiando-lhe o cumprimento do seu testamento através da instituição da Fundação Calouste Gulbenkian. Para receber definitivamente e expor ao público todas as obras de arte da colecção Gulbenkian, José de Azeredo Perdigão é o encomendador esclarecido que convida o engenheiro Luís de Guimarães Lobato a formar a equipa para a construção do edifício apropriado destinado a museu e que fará parte do conjunto das instalações da Sede. Foi presidente da Fundação, logo a partir do momento da sua constituição jurídica, no ano de 1956, tendo exercido um notável trabalho no cumprimento dos grandes vectores de acção da Fundação (artísticos, caritativos, cientifícos e educativos) cargo que manteve até ao seu falecimento.
Recebeu inúmeras condecorações e louvores, tendo sido Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra e outras prestigiadas portuguesas e estrangeiras.
Ana TOSTÕES, Fundação Calouste Gulbenkian – Os Edifícios, F.C.G, Lisboa, 2006, p.274.