Pulcinella

Concertos de Domingo

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Orquestra Gulbenkian
Lorenzo Viotti Maestro
Maja Plüddemann Comentadora

Maurice Ravel (1875 – 1937)
Ma mère l’Oye (A Minha Mãe Ganso)
Suite para orquestra
– Pavana da Bela Adormecida
– Polegarzinho
– Laideronnette, Imperatriz dos Pagodes
– Diálogos da Bela e do Monstro
– O Jardim Mágico

Igor Stravinsky (1882 – 1971)
Suite de Pulcinella
– Sinfonia
– Serenata
– Scherzino – Allegretto – Andantino
– Tarantella
– Toccata
– Gavotta (con due variazioni)
– Vivo
– Minuetto – Finale

Ma mère L’Oye
Composição: 1910 / 1911
Duração: c. 18 min.

Pulcinella
Composição: 1920 / 1922 (rev. 1949)
Duração: c. 25 min.

Se há obras-primas musicais que surgem de um rasgo de inspiração, nascidas de um momento iluminado, traduzido num súbito jorro de notas que se puxam umas às outras e que parecem ter existido sempre sob essa forma, noutras ocasiões são desafios concretos a impulsionar o aparecimento de novas peças.

No caso que levou o francês Maurice Ravel a criar Ma mère l’Oye, a ideia de uma suite para piano a quatro mãos – que, pouco depois, ganharia uma dimensão orquestral – veio dos filhos de um casal amigo, para quem o compositor criou a peça em 1910. Ao decidir compor para intérpretes e para um público infantis, Maurice Ravel elegeu, entre outras fontes de inspiração, o volume de contos Histoires ou contes du temps passé (1697) de Charles Perrault – considerado o pioneiro dos contos de fadas –, subintitulado Contes de ma mère l'Oye, sendo a Mãe Ganso uma contadora de histórias que habitou as infâncias de muitas crianças depois da primeira publicação do livro no final do século XVII. Entre as muitas personagens das histórias, das mais populares como O Gato das Botas ou Cinderela, a outras bem menos famosas, a Ravel importou sobretudo encontrar em Perrault uma galeria de figuras para as quais podia imaginar sons que acompanhassem e ajudassem a contar as suas aventuras. Em 1911, Maurice Ravel regressou a essa música e orquestrou-a a pensar num bailado com o mesmo título – que estrearia no ano seguinte – transformando as cinco peças infantis nos cinco andamentos de uma suite que visita as histórias da Bela Adormecida, do Polegarzinho ou do amor entre A Bela e o Monstro.

Na mesma década do início do século XX, também Igor Stravinsky, um dos mais extraordinários criadores de música para ballet, foi desafiado pelo empresário Sergei Diaghilev (fundador dos Ballets Russes) a musicar uma bailado baseado num libreto de commedia dell’arte – um género teatral popular com origem em Itália no período do Renascimento – cuja música original se pensava então ter sido escrita por Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736). A partir dessas partituras originais, Stravinsky dedicou-se a um trabalho de reescrita que resultou numa obra inteiramente nova. A estreia do bailado Pulcinella, na Ópera de Paris, em 1920, seria abrilhantada não apenas pela música de Stravinsky como também pela cenografia e pelos figurinos a cargo do símbolo máximo da pintura cubista, Pablo Picasso. Dois anos mais tarde, Stravinsky derivaria do bailado a suite Pulcinnella, constituída por oito andamentos para orquestra. Aquilo que hoje escutaremos, guiados por Ravel e Stravinsky, são dois exemplos maiores de como a música sempre ajudou a contar histórias. E soube torná-las ainda mais inesquecíveis.


A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através de [email protected].

Inspirado pelos contos infantis de Charles Perrault, em 1910 Maurice Ravel compôs a suite Ma mère l’Oye como uma obra para piano a quatro mãos. Subintitulou-a “cinco peças infantis”, mas em 1911 regressaria aos mesmos temas musicais para compor a versão orquestral, a mais frequentemente interpretada nos nossos dias. Ainda nesse ano, criaria um ballet com o mesmo título. No caso de Pulcinella, Stravinsky compôs a partitura para os Ballets Russes a partir de música então atribuída ao compositor setecentista G. B. Persolesi, seguindo a sugestão de trabalhar sobre a tradição da commedia dell’arte italiana.

 

Música e Sustentabilidade: Filipa Saldanha

O uso da água em Portugal

Em parceria com o Programa Desenvolvimento Sustentável da Fundação Calouste Gulbenkian. Em cada Concerto de Domingo, um orador convidado abordará um tema específico, definido no âmbito dos desafios sociais, ambientais e económicos que impactam o planeta à escala global.

O desenvolvimento sustentável é uma das prioridades da Fundação Gulbenkian, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas hoje e no futuro, com ações em prol da resiliência da sociedade e da capacidade coletiva de antecipação e de adaptação a diversos riscos. A água é um bem escasso e a falta dela representa uma ameaça ao nosso bem-estar, pois afeta a nossa saúde e a capacidade que temos de produzir alimentos e outros bens e serviços essenciais. Ter presente relevância da água para o planeta promove soluções eficientes e comportamentos mais responsáveis na utilização deste recurso crítico.

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