Willie Doherty. The Only Good One Is a Dead One

Exposição itinerante dedicada ao artista Willie Doherty (1959), organizada pelo Irish Museum of Modern Art (Dublin), em parceria com o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Foi apresentada a obra de videoinstalação intitulada «The only good thing is a dead thing», de 1993.
Travelling exhibition dedicated to artist Willie Doherty (1959) organised by the Irish Museum of Modern Art, Dublin, in partnership with the José de Azeredo Perdigão Modern Art Centre. The show displayed the artist’s 1993 video installation, “The Only Good Thing is a Dead Thing”.

A exposição «Willie Doherty. The Only Good One Is a Dead One» realizou-se por iniciativa do Irish Museum of Modern Art (Dublin, Irlanda), tendo estado integrada numa itinerância internacional que se iniciou em Londres (Galeria Matt, 1993) e que, entre 1996 e 1997, incluiu Lisboa e várias províncias do Canadá.

Willie Doherty (1959) vive e trabalha em Derry, na Irlanda do Norte, e ao longo da sua carreira tem vindo a utilizar o vídeo e a fotografia como suportes para refletir e expor um dos seus temas recorrentes: a situação política e social do seu país. Esta situação é analisada pelo artista de forma a sublinhar a sua complexidade. Doherty pretende tornar evidente que a versão dos factos que normalmente nos é apresentada através dos meios de comunicação é extremamente redutora e maniqueísta.

A exposição itinerante contou com a curadoria geral de Michael Tarantino, curador de arte americano conhecido pelo seu trabalho enquanto estudioso e apoiante da videoarte e da instalação, num período ainda emergente destas práticas.

Em Portugal, a mostra esteve patente no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP), onde o curador-geral foi apoiado pelo comissariado de Jorge Molder e Rui Sanches, diretores do CAMJAP, que assinam igualmente o texto de introdução do catálogo editado para a exposição em Lisboa.

A mostra dedicada a Doherty correspondeu à apresentação da sua videoinstalação intitulada The Only Good Thing Is a Dead One (1993), pertencente à coleção de arte da Weltkunst Foundation (Irlanda).

A par de uma instalação sonora, havia a projeção de imagens videográficas sobre a totalidade das paredes de cada uma das extremidades da Sala Polivalente do CAMJAP, acompanhada por uma voz externa proferindo um texto difundido por altifalantes.

De acordo com Carlos Vidal num artigo de jornal sobre a exposição: «O texto “encarrega-se” de denunciar o carácter ilusório das imagens. Trata-se simultaneamente de uma desmistificação global de todo o universo actual das imagens enquanto instrumento de representação, intermediação e separação da realidade, mas também, inversamente, da sua proposição como elementos críticos que, recontextualizados (para o que contribui o texto), nos podem informar sobre a sua própria falsidade: a sua calma é-nos oferecida para divisarmos uma crescente violência potencial.» (Vidal, A Capital, 11 abr. 1996)

Em ambas as projeções da videoinstalação era possível visionar cenas noturnas: uma estrada no campo e outra num espaço urbano, numa procura de um efeito de sugestão associado ao suposto ambiente de banalidade em que se instala a tensão.

Concluída a exibição no CAMJAP, a mostra prosseguiu a sua itinerância para o Canadá, onde esteve patente nas cidades de Edmond, Saskatoon, Windsor e Toronto.

Joana Brito, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00386

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência oficial e layout do catálogo. 1996 – 1995


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