Georges Rouault. Pintura e Gravura

Exposição individual e itinerante do artista francês Georges Rouault (1871-1958), organizada pela Fundación Juan March (Madrid), com a colaboração do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. A mostra, de caráter retrospetivo, apresentou um total de 53 pinturas e 12 gravuras, provenientes de instituições e coleções privadas, pertencentes à série «Miserere».
Solo travelling exhibition on French artist Georges Rouault (1871-1958) organised by the Fundación Juan March, Madrid, in collaboration with the José de Azeredo Perdigão Modern Art Centre. The retrospective show consisted of 53 paintings and 12 prints from institutional and private collections, all belonging to the “Miserere” series.

Exposição individual e itinerante do artista francês Georges-Henri Rouault (1871-1958), organizada pela Fundación Juan March, em Madrid, com a colaboração do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP).

Apresentada, numa primeira instância, na Fundación Juan March, a mostra, de caráter retrospetivo, reuniu um conjunto de 53 pinturas e 12 gravuras pertencentes à série Miserere (datadas entre 1892 e 1953), que ilustrou com grande precisão o corpo de trabalho de Rouault, através de «uma representação dos seus variados temas, de inspiração profundamente espiritualista» (Georges Rouault. Pintura e Gravura, 1996).

Georges Rouault é conhecido como um dos artistas mais importantes da primeira metade do século XX. Tendo iniciado a sua vida a trabalhar numa oficina de restauro de vitrais, viria a ser, posteriormente, o discípulo predileto de Gustave Moreau, na Escola de Belas-Artes em Paris, na qual fez amizade com outras importantes entidades do mundo da arte, como Henri Matisse.

Comissariada por Stephan Koja, conservador do Museu Belvedere de Viena, e contando com o fundamental apoio de Isabelle Rouault, filha do artista, a exposição apresentou uma seleção de obras que na sua totalidade pertenciam a instituições e coleções privadas, como foi o caso do Centre Georges Pompidou, ou mesmo das coleções pertencentes aos Museus do Vaticano.

A retrospetiva de Rouault iniciou-se com duas obras que destacaram, desde logo, «a solidez de uma formação académica» (Pomar, Expresso, 3 fev. 1996, p. 86), seguindo as influências de grandes artistas, como Rembrandt, no caso do Auto-retrato de 1895, mas também de outros artistas, como Edgar Degas ou Toulouse-Lautrec.

A sua obra integra-se, simultaneamente, no fauvismo (pela explosão de cor que exibe) e no expressionismo, pela deformação e pelo gosto pelo feio. Afastado espiritualmente das técnicas vanguardistas, Rouault sentia-se à parte do resto dos seus contemporâneos, chegando a expor no Salão de Outono como os fauvistas, mas numa sala independente.

No artigo que redigiu para o jornal Expresso, Alexandre Pomar afirma: «Esse isolamento do itinerário criativo face aos optimismos vanguardistas, o sentido expressionista que a tradição francesa procurou extirpar como uma marca nórdica, alheia à elegância da racionalidade parisiense, e ainda a religiosidade intrínseca que impregna toda a obra de Rouault parecem não lhe ter assegurado uma tranquila visibilidade futura.» (Ibid.)

O catálogo – editado pela Fundación Juan March – foi publicado em castelhano e traduzido para português aquando da exposição na Fundação Calouste Gulbenkian. A publicação divide-se entre o núcleo das obras (pinturas), com comentários de Jacques Maritain e Marcel Arland, e o núcleo das gravuras. Além destes, conta com um ensaio da autoria do comissário da mostra, Stephan Koja, que aborda globalmente o corpo de trabalho do artista, com a preocupação de elucidar o leitor sobre as particularidades dos temas tratados, como é o caso da representação das «prostitutas» ou «o mundo do circo» – este último considerado pelo artista como «um dos paradigmas mais enfáticos da existência humana» (Georges Rouault. Pintura e Gravura, 1996).

Nascendo nos últimos anos do século XIX, que Stephan Koja descreve como uma «época de bruscas e radicais mudanças técnicas, científicas e sociais (associadas a violentos contrastes sociais)», Rouault visava alcançar na sua pintura «a apreensão do homem e do seu ser, a demarcação do seu mistério, mas sobretudo uma visão intuitiva do espiritual» (Ibid.).

Joana Atalaia, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

[Georges Rouault. Pintura e Gravura]

1 fev 1996 – 29 fev 1996
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Georges Rouault. Pintura e Gravura]

26 fev 1996
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00361

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém jornal de exposição, correspondência interna e externa, recortes de imprensa e textos para o catálogo. 1995 – 1996

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00360

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém documentos de caráter organizativo, correspondência interna e externa entre a FCG e FJM e textos do catálogo. 1995 – 1996


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