Exposição individual e temporária de Joana Rosa (1959), inaugurada a 9 de janeiro de 1992, na Sala de Exposições Temporárias do Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian. Esteve patente ao público até 9 de fevereiro de 1992.

A mostra foi constituída por sete desenhos de aviões, realizados em 1991, cada um com 330 × 400 cm, feitos a partir de papel vegetal amachucado, plissado e agrafado, com apontamentos a grafite. O significado de doodle remete para um trabalho realizado ao acaso, quando a artista estaria distraída ou ocupada com outros assuntos.

O catálogo foi dedicado a Bernardo Leitão e contém uma apresentação de Jorge Molder, comissário da exposição e diretor-adjunto do CAM, além de um texto sobre a obra da artista intitulado «O avião é a sua interpretação», de João Miguel Fernandes Jorge. Tanto João Miguel Fernandes Jorge como Jorge Molder se debruçam sobre a intenção de Joana Rosa nestes trabalhos. Citando este último: «Interrogável se torna então a ideia de propósito ou de intenção, a de uma coisa ou de nada. Os resultados vivem à parte de todas estas histórias de caminho e pouco lhes interessa firmes intenções, propósitos ou coesões e conexões das partes. Joana Rosa trabalha assim nestes aviões. Ou melhor dizendo, Joana Rosa trabalha assim e estes seus doodles são aviões.» (Joana Rosa. Doodles/Desenhos, 1992)

Carolina Gouveia Matias, 2018