Joalharia Contemporânea Alemã

Exposição itinerante concebida pelo Instituto para as Relações Culturais com o Estrangeiro de Estugarda, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e o Goethe-Institut. Paralelamente promoveu-se uma mostra de joalharia portuguesa, com trabalhos de 19 artistas ligados ao Departamento de Joalharia do Ar.Co.
Travelling exhibition arranged by the Institute for Foreign Cultural Relations (Stuttgart), in collaboration with the Calouste Gulbenkian Foundation and the Goethe-Institut (the German Institute, Lisbon). A parallel show promoting Portuguese jewellery, with works by 19 artists, was held simultaneously.

A apresentação em Lisboa da exposição «Joalharia Contemporânea Alemã» foi fruto de mais uma colaboração entre a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e o Goethe-Institut Portugal. Tratou-se de uma itinerância internacional com curadoria do artista-joalheiro Jens-Rüdiger Lorenzen, para o Institut für Auslandsbeziehungen Stuttgart (Instituto para as Relações Internacionais com o Estrangeiro de Estugarda, Alemanha), entidade com a qual a Gulbenkian já se tinha articulado noutras ocasiões, igualmente por intermédio da célula do Goethe-Institut em Portugal. O próprio Lorenzen esteve entre os 25 artistas expositores, todos eles de origem alemã ou ativos na Alemanha e apresentando trabalhos que distendem os limites da joalharia enquanto prática artística e da joia enquanto objeto cultural.

Elencando um total de 71 peças, o catálogo evidencia a busca de uma poética autónoma para a joia, entre a escultura e o design, e em que a exacerbação dos atributos plásticos dos objetos é problematizada no confronto com o seu potencial uso como peça de indumentária (Zeitgenössische Schmuckkunst…, 1989).

A exposição inauguraria na Sala de Exposições Temporárias do Centro de Arte Moderna (CAM) a 6 de dezembro de 1991, prolongando-se até 5 de janeiro de 1992. Para esta passagem da mostra por Portugal, o Goethe-Institut programou uma circulação entre Lisboa, Coimbra e Porto (Carta de Manfred Ott para José Sommer Ribeiro, 8 mar. 1991, Arquivos Gulbenkian, CAM 00069). Uma carta de Maria Teresa Alegre de Portugal, então vereadora na Câmara Municipal de Coimbra, corrobora que o acervo terá estado patente nessa cidade antes de ser apresentado em Lisboa (Ofício de Maria Teresa Portugal para José Sommer Ribeiro, 24 jan. 1992, Arquivos Gulbenkian, CAM 00069).

Na Gulbenkian, a exposição seria promovida com o título «Joalharia Contemporânea Alemã», em substituição do original «Joalharia da República Federal Alemã», provavelmente devido à queda do Muro de Berlim a 9 de novembro de 1989. O catálogo e o caderno de exposição – editados no ano da queda do Muro – ainda apresentam a primeira designação.

O Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual também pôde desempenhar um papel importante para a associação de uma segunda mostra a esta iniciativa, desta feita de joalharia contemporânea portuguesa – meio em que o Departamento de Joalharia dessa entidade, criado em 1978, já se destacava como dinamizador. Para esse segundo evento, o Ar.Co propôs à FCG e ao Goethe-Institut trabalhos de 19 artistas ligados a esse departamento. Cristina Filipe (1965), bolseira FCG em 1987-88, estava entre eles, juntamente com outros joalheiros de relevo, como Alexandra de Serpa Pimentel (1954), Tereza Seabra (1944), Paula Crespo (1947) ou Filomeno Pereira de Sousa (1949).

A exposição terá sido apresentada na sede de Lisboa do Goethe-Institut, ficando em ponderação a sua possível circulação internacional. Nos seus dois eventos, toda esta iniciativa terá sido importante para relevar uma produção artística menos contemplada nos circuitos museológicos da arte contemporânea em Portugal, muito embora haja no país, desde há muito, ofertas de ensino artístico qualificado nessa área tão específica. Falando apenas de Lisboa, lembre-se que, além do Ar.Co, a Escola Artística António Arroio mantém, desde o início do século XX, um curso de ourivesaria que se tem atualizado geração após geração.

Daniel Peres, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Exposição paralela

Joalharia Contemporânea Portuguesa

1992
Goethe Institut
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00069

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém epistolografia diversa, maquete do caderno de exposição traduzido do catálogo alemão. Contém igualmente documentos relativos à mostra de joalharia contemporânea portuguesa produzida em articulação com o Ar.Co e que, no âmbito da mesma ocasião, esteve patente na sede de Lisboa desse instituto.


Exposições Relacionadas

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.