Arte Contemporânea de Israel. Colecção Joseph Hackmey

Exposição itinerante e coletiva de oito artistas israelitas contemporâneos presentes na Coleção Hackmey, realizada pelo Serviço de Exposições e Museografia, com o apoio da Embaixada de Israel em Portugal. A exposição visou fortalecer as relações entre os dois países e estimular o debate sobre a identidade da arte israelita.
Travelling exhibition and collective of eight Israeli contemporary artists included in the Hackmey Collection organised by the Exhibition and Museography Department of the Calouste Gulbenkian Foundation, with support from the Embassy of Israel in Portugal. The exhibition sought to strengthen ties between the two countries and to spark a debate on Israeli art’s identity.

A exposição «Arte Contemporânea de Israel. Colecção Joseph Hackmey» inaugurou a 16 de maio de 1991, Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian (piso 0), contando com a presença oficial de Maria Barroso, mulher do presidente da República.

Primeira exposição de arte contemporânea israelita em Portugal, a mostra apresentou 40 obras da Coleção Hackmey, contando com o apoio da embaixadora de Israel em Portugal, Colette Avital. Este conjunto foi anteriormente apresentado em junho de 1990, no Museo Nacional de Bellas Artes, em Santiago do Chile.

A exposição foi comissariada por Mordechai Omer, professor do Departamento de História da Arte da Universidade de Telavive e conservador-chefe da galeria de arte Schreiber, da mesma universidade, e mostrou pinturas de Michael Gross (1920-2004), Ori Reisman (1924-1991), Moshe Kupferman (1926-2003), Aviva Uri (1927-1989), Uri Lifshitz (1936-2011), Moshe Gershuni (1937-2017), Raffi Lavie (1937-2017) e Ofer Lellouche (1947).

Uma das questões que motivaram esta exposição foi o debate relativo à criação artística israelita no que se refere à sua identidade: existe uma arte israelita ou simplesmente arte em Israel? Existindo uma arte israelita, quais são as características que a definem? A esta questão responde Yona Fischer, no texto do catálogo da exposição. Segundo este historiador de arte e conservador principal do departamento de arte contemporânea do Museu de Israel, dificilmente se conseguiria distinguir a arte israelita numa exposição internacional, devido à enorme mistura de influências resultante das migrações israelitas: «Até hoje, o mundo artístico israelita compreende pessoas nascidas, educadas ou tendo recebido a sua formação artística no estrangeiro. […] No conjunto das obras produzidas pelos novos emigrantes, jovens e velhos, é difícil encontrar qualquer coisa que seja única e especificamente judaica.» (Arte Contemporânea de Israel, 1991)

Neste texto, Fischer conclui que o que caracteriza a arte israelita é a sua diversidade de estilos e modos de abordar os diferentes media, e o facto de ser «inspirada por tendências paralelas nos grandes centros artísticos» (Ibid.).

É possível, no entanto, definir um percurso para o desenvolvimento histórico da arte contemporânea israelita, fixando-se o seu nascimento na fundação, em 1906, da Bezalel School of Arts & Crafts, por Boris Schatz, que abordou a arte contemporânea israelita como uma mescla de valores judaicos e israelitas, através dos temas judaicos oriundos da Europa de Leste, com exotismo oriental de idealização romântica.

As pinturas presentes nesta exposição já não refletiam estes valores, apresentando antes sinais de um expressionismo e simbolismo latentes e de uma interiorização dos movimentos artísticos contemporâneos ocidentais, englobando, no seu conjunto, todas as características do vanguardismo artístico israelita.

A exposição foi posteriormente apresentada em Roma, Itália e Praga.

Carolina Gouveia Matias, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Maria Barroso (ao centro)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00483

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, orçamentos, correspondência interna e externa, material para o catálogo, catálogo da exposição e recortes de imprensa. 1989 – 1991

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0270-D00868

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 1991

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0270-D00869

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 1991

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0270-D00870

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 1991


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