Exposição coletiva de jovens escultores, organizada pelo Centro de Arte Moderna (CAM), com a colaboração de Nazaré Tojal, por ocasião da exposição antológica de João Cutileiro (1937-2021).

De acordo com José Sommer Ribeiro, «quando se programou a exposição de João Cutileiro verificou-se desde logo que seria importante apresentar uma exposição de jovens escultores que com ele tivessem trabalhado […], optando-se por aqueles que também foram seus colaboradores» (7 Novos Escultores. Homenagem a João Cutileiro, 1990).

Assim, participaram nesta «Homenagem a João Cutileiro» – título atribuído pelos artistas – os seguintes escultores, que trabalharam sob orientação de Cutileiro entre 1978 e 1985: José Pedro Croft (1957), José Esteves (1958), Pedro Fazenda (1957), Maria Felizol (1950), Manuel Rosa (1953), António de Campos Rosado (1952), Silvia Westphalen (1961).

Apresentada na Galeria de Exposições Temporárias do CAM, a exposição foi inaugurada no mesmo dia da mostra antológica de João Cutileiro, chamando a atenção para o seu papel na formação das gerações mais novas, cuja experimentação incentivava. Exemplo disso são as obras expostas: cada artista foi representado por duas peças, revelando interesses e pesquisas distintas. A maioria dos trabalhos era em pedra (calcário, mármore), por vezes combinada com outros materiais (anilina, cimento, folha de ouro), havendo uma obra em bronze pintado, de José Pedro Croft, e outra em ferro, cimento e vidro, de António de Campos Rosado.

O espectador atento encontraria reminiscências do trabalho de João Cutileiro nas obras selecionadas, nomeadamente na composição da figura humana das obras de José Esteves, Manuel Rosa e António Campos Rosado; nas formas inspiradas na natureza animal, vegetal e mineral, que surgem nos trabalhos de Maria Felizol, José Pedro Croft, José Esteves e Silvia Westphalen, e na exploração das texturas da pedra em bruto, como nas peças de Manuel Rosa, José Pedro Croft e Silvia Westphalen. No entanto, como destaca Carlos Vidal no seu artigo para o jornal Público, o que saltava à vista eram as novas direções seguidas por estes artistas:

«Veja-se a abissal distância entre as duas peças que Croft expõe no CAM: na de 1983, nada se acrescenta ao selvagismo típico do início da década, enquanto o seu trabalho mais recente questiona a ideia "pura" de volume – este é físico, misterioso e funcional. Manuel Rosa expõe uma figuração enigmática, uma escultura potencialmente narrativa. Rosado afasta-se das brincadeiras formais com cabeças soltas ou incrustadas em muros para expô-las enquanto estruturas. As diferenças em relação ao "mestre" são mais que nítidas.» (Vidal, Público, 30 mar. 1990)

Esta exposição foi acompanhada por um pequeno catálogo, com reproduções de todas a obras expostas.

Mariana Roquette Teixeira, 2018