J. Seward Johnson, Jr.

Exposição individual do artista norte-americano J. Seward Johnson Jr. (1930), que atuava no espaço público através de esculturas que desafiavam e surpreendiam os transeuntes. Em Portugal, as suas esculturas de indivíduos banais em situações comuns do quotidiano, em tamanho natural, povoaram, ao longo de três meses, os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.
Solo exhibition of the work of US artist J. Seward Johnson, Jr. (1930), whose public space sculptures were designed to surprise and confront passersby. In Portugal, the artist's life-size sculptures of regular people engaged in day-to-day activities populated the gardens of the Calouste Gulbenkian Foundation for three months.

Exposição itinerante do artista norte-americano J. Seward Johnson Jr. (1930-2020), que, a partir de 1968, se dedicou à escultura, em especial à escultura em bronze, após uma primeira fase da carreira consagrada à pintura.

Num momento em que os Estados Unidos da América já estavam completamente dominados pela cultura de massas, pelo consumismo e pelo progresso, notando-se uma cada vez maior tendência para a alienação, para o individualismo, J. Seward Johnson Jr. sente-se impelido a chamar a atenção e a consciencializar o público para certos comportamentos antissociais e a contribuir para a mudança. Nas palavras do artista: «Nós estamos a ser completamente dominados no século vinte, com tudo o que a tecnologia nos trouxe. Necessitamos ser relembrados do ardor do espírito humano, e assim exemplos deverão estar presentes no que nos rodeia. Temos que compreender que a nossa época poderá ser uma época humanitária e não uma época que relega o ser humano para uma condição de alienação.» (J. Seward Johnson, Jr., 1989)

Assim, as suas ações passaram a incidir no espaço público. O artista procurava surpreender os transeuntes com as suas esculturas, que representavam, em tamanho natural, indivíduos banais em situações comuns do quotidiano. Do mesmo modo que estas haviam estado nas ruas de Nova Iorque, de Oakland, de Lakeside Park, em 1989 vieram povoar os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.

Ao percorrer o jardim, o visitante ia-se cruzando com várias personagens: um jardineiro a plantar flores, um homem de fato e gravata a ler o jornal, um casal de namorados num banco de jardim, duas senhoras de idade à conversa, e um rapaz a fotografar uma escultura em bronze. Todas estas «situações» passariam despercebidas, não fossem os seus protagonistas em bronze. A sua forte semelhança com a realidade, e a consequente capacidade de quase iludirem quem por elas passava, era de tal modo surpreendente que as pessoas se juntavam em torno das esculturas e, observando-as cuidadosamente, trocavam impressões, socializavam. Estas tinham a capacidade de atrair o público, de o desafiar a participar em algo. Para tal, contribuía igualmente a integração das esculturas no espaço e a relação com o ambiente circundante. Através destas obras escultóricas o artista trazia a banalidade para o centro das atenções e o quotidiano para o debate.

Esta exposição, em itinerância pela Europa (Londres, Paris, Genève e Oslo), foi de tal modo bem-sucedida em Portugal que José Sommer Ribeiro decidiu prolongá-la por mais dois meses.

Mariana Roquette Teixeira, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Biblioteca de Arte Gulbenkian, Lisboa / Dossiê BA/FCG

Coleção de dossiês com recortes de imprensa de eventos realizados nas décadas de 80 e 90 do século XX, organizados de forma temática e cronológica. 1984 – 1997

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00420

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência, orçamentos para o catálogo, dossiê sobre o artista enviado por Mariana Inverno (special projects coordinator da Leaders), convite, recortes de imprensa. 1983 – 1991

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02243

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 1989

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0246-D00771

Coleção fotográfica, cor: aspetos ( FCG, Lisboa) 1989


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