Portuguese Art since 1910

Primeira exposição apresentada em Londres dedicada à arte moderna portuguesa, organizada e patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian, em colaboração com a Anglo-Portuguese Society e com a Royal Academy of Arts. Os 26 artistas representados nas 162 obras em exposição foram selecionados em articulação com três gerações e movimentos artísticos: futurismo, abstracionismo e surrealismo.
First exhibition of Portuguese modern art in London organised and funded by the Calouste Gulbenkian Foundation in cooperation with the Anglo-Portuguese Society and the Royal Academy of Arts. The show comprised 162 works by 26 artists in a selection representing three generations of artists and three artistic movements: futurism, abstractionism and surrealism.

Exposição coletiva de arte moderna portuguesa, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) em colaboração com a Royal Academy of Arts e com a Anglo-Portuguese Society. Os encargos com seguro, transporte e embalagem das obras, além dos custos relativos à edição do catálogo da exposição, foram assumidos pela FCG.

A proposta para a realização desta mostra surge por iniciativa de Sir Archibald Ross, presidente da Anglo-Portuguese Society, que procurou promover, no decurso da programação social e cultural da associação sediada em Londres, a organização de uma pequena exposição de arte portuguesa do século XX. A responsabilidade e ação artística assumida, nacional e internacionalmente, pela Fundação Calouste Gulbenkian, a par da representatividade da sua coleção de arte moderna, que se ia formando e enriquecendo desde o ano de 1957, foram motivos mais do que suficientes para que lhe fosse dirigido o convite de colaboração para a organização deste evento, que teve acolhimento imediato por parte da Fundação.

Para a preparação da exposição, e a convite da FCG, alguns responsáveis do Departamento de Exposições da Royal Academy of Arts visitaram Portugal, a fim de estabelecerem um contacto mais direto com a arte moderna portuguesa, conhecer os artistas e as suas obras e visitar os ateliês, assim como a Sede e o Museu da FCG.

Esta proposta vem no seguimento das reuniões em Londres entre o secretário do Conselho de Administração da FCG, Carlos Baptista da Silva, e os responsáveis das instituições envolvidas. Num relatório enviado ao presidente da FCG, aquele fez saber que o diretor do Departamento de Exposições da Royal Academy, Norman Rosenthal, não estaria totalmente «convencido da qualidade das obras de arte e dos artistas portugueses», razão pela qual a vinda a Lisboa serviria para dissipar eventuais hesitações e permitir um melhor conhecimento da arte portuguesa, moderna e contemporânea (Apontamento do Secretário do Conselho de Administração da FCG dirigida ao presidente da FCG, 30 mar. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00139).

Efetivamente, a visita de Norman Rosenthal a Lisboa confirmou as motivações dos seus promotores, comprovada na carta de agradecimento que o diretor de exposições dirigiu à FCG, na qual destacou a qualidade do trabalho dos artistas portugueses «do início do século, bem como os artistas em atividade» (Carta de Norman Rosenthal para Carlos Baptista da Silva, 17 jul. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00139).

As motivações que estiveram na base da iniciativa foram apresentadas por Hugh Casson, presidente da Royal Academy of Arts, nos seguintes termos: «As the exhibition will show, doubtless to the surprise of those who feel that the tradition of the 20th century art belongs only to the larger countries of Europe and the United States, artists from Portugal have also been working within this tradition from the early years of the century.» (Portuguese Art since 1910, 1978, p. 5)

No mesmo prefácio, o presidente da Royal Academy of Arts relacionava esta atualidade com a experiência adquirida por alguns artistas portugueses através do contacto com outros centros artísticos, onde se fixaram de forma temporária ou permanente, sem que, contudo, se tivessem afastado das suas raízes artísticas (Ibid.).

Elogiando o papel da FCG nos vários domínios artísticos e culturais, levados a efeito pela ação dos seus serviços e delegações internacionais (Paris e Londres), Hugh Casson destacava igualmente a forma como a FCG contribuíra para a dinamização artística, quer no apoio económico prestado aos artistas portugueses mais jovens, quer na promoção e dinamização das suas carreias (Ibid.).

O presidente da FCG, José de Azeredo Perdigão, agradeceu todo o espírito de cooperação entre as entidades envolvidas na realização desta exposição, que foi importante não apenas para o aprofundamento das relações de intercâmbio cultural entre Portugal e o Reino Unido, como para a afirmação artística da arte moderna portuguesa, que se apresentava pela primeira vez na capital inglesa (Ibid., p. 7).

A curadoria da exposição, e a tarefa da seleção das obras, foi confiada ao historiador de arte Hellmut Wohl, professor do Departamento de História da Arte da Boston University e conhecedor da realidade artística portuguesa do século XX. A sua proposta tinha como objetivo realçar o antagonismo entre a realidade portuguesa – o tradicionalismo e as condições da atividade artística no país – e o modernismo (Proposal for an Exhibition of Portuguese Art…, Arquivos Gulbenkian, SEM 00139).

Dada a dispersão geográfica das obras selecionadas – que fornece dados importantes sobre a sua circulação internacional –, foram criados vários polos de receção: as peças oriundas de França ficavam a cargo do Centre Culturel Portugais, em Paris; as dos artistas fixados em Londres eram entregues diretamente na Royal Academy; as obras vindas dos Estados Unidos pertencentes a coleções de artistas e a particulares viajavam com a garantia das transportadoras, ficando o curador responsável pelo serviço de courrier; e, finalmente, a sede da FCG em Lisboa era o ponto de receção de todas as obras provenientes de Portugal.

Relativamente à montagem da exposição, cujo projeto museográfico ficou a cargo do curador e do diretor do Serviço de Exposições e Museografia da FCG, José Sommer Ribeiro, apesar de não terem sido localizados documentos fotográficos com aspetos da exposição, o espaço não apresentou grandes dificuldades à montagem do programa expositivo previsto: «I don’t foresee any great difficulty in dealing with the available space at the Royal Academy, and I think that rather than thinking of a possible larger show in the future we should concentrate on making this one the best we can.» (Carta de Hellmut Wohl para Carlos Baptista da Silva, 11 mai. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00139)

Os 26 artistas representados nas 162 obras em exposição foram selecionados em articulação com três gerações e movimentos artísticos: futurismo, abstracionismo e surrealismo. Neste sentido, o programa expositivo acabaria por ser concebido segundo um encadeamento cronológico, agrupado em seis momentos temáticos fundamentais: a partir das primeiras manifestações ligadas ao futurismo (com Guilherme de Santa-Rita e Amadeo de Souza-Cardoso); a primeira geração modernista ativa entre 1911 e 1932 (Amadeo, Santa-Rita, Eduardo Viana, Almada Negreiros, Mário Eloy…); a abstração, de 1935 a 1978, ano que então corria (Maria Helena Vieira da Silva, Fernando Lanhas, D’Assumpção e Ângelo de Sousa); a segunda geração de modernistas, em atividade entre 1933 e 1943 (João Hogan, Júlio Resende, Júlio Pomar…); o surrealismo desde 1947 (António Dacosta, Fernando de Azevedo, Marcelino Vespeira e Artur Cruzeiro Seixas); e, por último, a terceira geração, ativa a partir da segunda metade do século XX (Menez, Paula Rego, Lourdes Castro, Ana Hatherly, Costa Pinheiro, João Cutileiro, Noronha da Costa, Eduardo Batarda…).

Apesar da diversidade artística e geracional, os artistas representados nesta exposição tinham em comum o facto de terem nascido em Portugal. À exceção de apenas seis que viveram e desenvolveram em permanência as suas carreiras artísticas em Portugal, os restantes tiveram experiências de emigração em Paris, Londres, Berlim e Munique, quer temporárias, tendo como finalidade a especialização artística, quer permanentes, onde acabaram por se fixar e desenvolver os seus percursos artísticos.

Partindo do entendimento da arte portuguesa do século XX defendido e teorizado por alguns críticos e historiadores da segunda metade desse século (Rui Mário Gonçalves e José-Augusto França), o curador procurou, na sua introdução do catálogo da exposição, revisitar momentos individuais e coletivos protagonizados por alguns destes artistas, não esquecendo o papel da FCG na renovação das artes plásticas e da cultura em Portugal, a partir da sua criação em 1956: «Created in Lisbon in 1956 by the will of Calouste Gulbenkian, the Foundation immediately launched a program of support for living Portuguese artists through fellowships, exhibitions, acquisitions and publications. […] José-Augusto França wrote that in order to survive Portuguese artists had to go to Europe. The Gulbenkian Foundation now made it possible for them to do so on an unprecedented scale. Beginning in the late 1950s, therefore, Portuguese artists had direct contact with developments in the international world of art. What is remarkable, at least for those represented in the exhibition, is the degree to which they maintained their independence and evolved their own styles.» (Portuguese Art since 1910, 1978, p. 24)

Ainda no que se refere à seleção dos artistas, examinando a correspondência trocada entre o curador e o diretor do Serviço de Exposições e Museografia, o plano inicial foi sofrendo algumas alterações, não só pela impossibilidade de localizar ou conseguir autorização para a cedência das obras (e.g. obras da coleção particular de Jorge de Brito arrolada pelo Estado aquando da nacionalização da banca decretada em março de 1975), mas também pela necessidade de assegurar o equilíbrio na representatividade dos vários movimentos artísticos, o que levou a deixar de fora alguns artistas com percursos artísticos mais pessoais, uma vez que se tratava de uma exposição historiográfica de média dimensão, que tinha igualmente de ter em conta os condicionamentos espaciais das Diploma Galleries. Da proposta inicial importa ainda referir que, para o curador, desde 25 de abril de 1974 e até àquele ano de 1978, não haviam emergido novas propostas artísticas nem personalidades que justificassem a sua representação na exposição (Proposal for an Exhibition of Portuguese Art…, Arquivos Gulbenkian, SEM 00139).

Quanto à cobertura jornalística e ao suporte crítico do evento, ainda durante a preparação da exposição, o curador foi mais favorável ao apoio vindo do Reino Unido, uma vez que em Portugal a publicidade à exposição poderia ser mais «polémica», pelos eventuais desacordos sobre a seleção dos artistas e das obras em representação (Carta de Hellmut Wohl para José Sommer Ribeiro, 31 mar. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00139).

Como seria noticiado numa nota dos editores da revista Colóquio/Artes que antecipava a crítica londrina à exposição naquela revista, da autoria de Jonathan Benthal, reconhecia-se que a exposição de arte moderna portuguesa em Londres tivera «pouco eco em Portugal», e que também a crítica nacional lhe fora alheia. Estas considerações iam um pouco mais longe, afirmando ter-se tratado de uma «selecção muito omissa, com inclusões naturalmente discutíveis e dentro duma metodologia alheia ao real desenrolar histórico da arte contemporânea portuguesa», e assente nas escolhas pessoais do curador (Benthal, Colóquio/Artes, dez. 1978, p. 62).

Contudo, e como foi relatado pelo gabinete de imprensa da Royal Academy of Arts à FCG, a exposição foi bem acolhida pela crítica inglesa, que lhe dedicou significativa cobertura e artigos favoráveis. No que se refere à afluência de público, também foi «bastante satisfatória», totalizando, nas quatro semanas em que esteve aberta ao público, 5202 visitantes (173 visitantes por dia). O catálogo da exposição teve também uma procura expressiva, tendo sido vendidos durante a exposição 347 exemplares (Carta com dados sobre a imprensa e visitantes dirigida à FCG, 16 out. 1978, Arquivos Gulbenkian, SEM 00139).

O catálogo da exposição conta com o prefácio dos presidentes das instituições envolvidas na organização do evento e com uma introdução da autoria do curador. Inclui também ilustrações comparativas entre a realidade artística portuguesa e as vanguardas artísticas europeias, bem como outros documentos ligados ao Primeiro Modernismo português e ao Grupo de Orpheu, como a Ode Triunfal de Álvaro de Campos, mas também documentos sobre o surrealismo em Portugal, alguns ensaios e textos de catálogo sobre alguns artistas representados, e uma cronologia orientadora dos principais acontecimentos político-sociais, culturais e artísticos em Portugal e da atividade dos seus principais intervenientes, desde 1910 e ao longo do século XX, aos quais se somam as notas biográficas dos artistas representados na exposição e uma bibliografia de referência.

Filipa Coimbra, 2017

Collective exhibition of modern Portuguese art organised by the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG) in cooperation with the Royal Academy of Arts and the Anglo-Portuguese Society. The expenses related to insuring, transporting and packing the pieces, as well as costs for publishing the exhibition catalogue, were covered by the FCG.

The proposal to hold the exhibition came from Sir Archibald Ross, president of the Anglo-Portuguese Society, who sought to use the London-based organisation’s social and cultural programme to hold a small exhibition of 20th-century Portuguese art. The artistic work and responsibility assumed in Portugal and abroad by the Calouste Gulbenkian Foundation and the representative nature of the modern art collection it had been forming and enriching since 1957 were more than enough reason for it to receive an invitation to cooperate in organising the event, and the Foundation immediately accepted.

To prepare the event, following an invitation by the FCG, members of the Royal Academy of Arts’ Exhibition Department visited Portugal to gain more direct contact with modern Portuguese art, meet the artists, see their works and visit their studios, as well as the FCG head office and museum.

This initiative followed meetings in London between the secretary of the FCG Board of Administration, Carlos Baptista da Silva, and representatives of the institutions involved. In a report sent to the FCG president, he stated that the director of the Royal Academy’s Exhibition Department, Normal Rosenthal, was not totally “convinced of the quality of the Portuguese works of art and artists”. This was why the trip to Lisbon would make it possible to dispel any hesitations and allow him to better get to know modern and contemporary Portuguese art (Note by the secretary of the FCG Board of Administration to the FCG president, 30 Mar. 1978, Gulbenkian Archives, SEM 00139).

In fact, Norman Rosenthal’s visit to Lisbon met its organisers’ objectives, as proven by the letter of thanks the exhibitions officer sent to the FCG, in which he emphasised the quality of works by Portuguese artists “both those of earlier periods of this century, and those working now.” (Letter from Norman Rosenthal to Carlos Baptista da Silva, 17 Jul. 1978, Gulbenkian Archives, SEM 00139).

The motivations underlying the initiative were presented by Hugh Casson (1910-1999), president of the Royal Academy of Arts, in the following way: “As the exhibition will show, doubtless to the surprise of those who feel that the tradition of the 20th century art belongs only to the larger countries of Europe and the United States, artists from Portugal have also been working within this tradition from the early years of the century” (Portuguese Art Since 1910, 1978, p. 5).

In the same preface, the president of the Royal Academy of Arts linked this relevance to the experience acquired by some Portuguese artists through contact with other art centres where they had been based temporarily or permanently, without abandoning their artistic roots (ibid.).

Praising the FCG’s role in different artistic and cultural areas, put into practice by its different departments and international delegations (Paris and London), Hugh Casson also underlined the way the FCG had contributed to the revitalisation of art, thanks to economic support given to younger Portuguese artists and the promotion and revitalisation of their careers (ibid.).

The FCG president, José de Azeredo Perdigão, expressed his thanks for the spirit of cooperation among the organisations involved in holding this exhibition, which was important not only in strengthening the relations of cultural exchange between Portugal and the United Kingdom but also in establishing modern Portuguese art, which was being shown for the first time in the UK capital (ibid., p. 7).

The curatorship of the exhibition and the job of selecting the works were entrusted to art historian Hellmut Wohl, professor at the Boston University History of Art Department, well-versed in the Portuguese art context of the 20th century. His proposal aimed to highlight the antagonism between the Portuguese context — the traditionalism and conditions for working in art in the country — in contrast with modernism (Proposal for an exhibition of Portuguese art…, Gulbenkian Archives, SEM 00139).

Due to the geographical dispersion of the pieces selected — which provided important information on their international travels — several delivery points were set up: pieces from France were the responsibility of the Centre Culturel Portugais in Paris; those from artists in London were delivered to the Royal Academy directly; pieces from the United States belonging to artists’ and private collections travelled with transport companies’ guarantee and the curator taking responsibility for the courier service; finally, the FCG head office in Lisbon was the reception point for works from Portugal.

The plan for the exhibition set-up was made by the head of the FCG Exhibitions and Museography Department, José Sommer Ribeiro, although photographs of the exhibition have not been found, the space did not reveal major obstacles to following the exhibition plan drawn up: “I don’t foresee any great difficulty in dealing with the available space at the Royal Academy, and I think that rather than thinking of a possible larger show in the future we should concentrate on making this one the best we can” (Letter from Hellmut Wohl to Carlos Baptista da Silva, 11 May 1978, Gulbenkian Archives, SEM 00139).

The 26 artists represented by 162 works were selected to cover three generations and art movements: futurism, abstractionism and surrealism. The exhibition plan therefore followed a chronological order, grouped into six fundamental thematic moments: the first manifestations connected to futurism, with Guilherme de Santa Rita and Amadeo de Souza-Cardoso; the first modernist generation, active between 1911 and 1932 (Amadeo, Santa Rita, Eduardo Viana, Almada Negreiros, Mário Eloy, …); abstraction, from 1935 to 1978, the year when the exhibition took place (Maria Helena Vieira da Silva, Fernando Lanhas, D'Assumpção and Ângelo de Sousa); the second generation of modernists, active between 1933 and 1943 (João Hogan, Júlio Resende, Júlio Pomar, …); surrealism since 1947 (with António Dacosta, Fernando de Azevedo, Marcelino Vespeira and Artur Cruzeiro Seixas); and finally the third generation, active from the second half of the 20th century (Menez, Paula Rego, Lourdes Castro, Ana Hatherly, Costa Pinheiro, João Cutileiro, Noronha da Costa, Eduardo Batarda, …).

Despite the artistic diversity and different generations represented, the artists included in the exhibition had in common the fact that they had all been born in Portugal. With the exception of six, who lived permanently and pursued their artistic careers in Portugal, the others had experiences of emigration in Paris, London, Berlin and Munich, whether temporary (with the aim of specialising their art) or permanent (places where they would establish themselves and pursue their artistic careers).

Based on an understanding of 20th-century Portuguese art defended and theorised by some critics and historians in the second half of that century (Rui Mário Gonçalves and José-Augusto França), the curator used his introduction to the exhibition catalogue to revisit some individual and collective moments of some of these artists, not forgetting the FCG’s role in renewing visual arts and culture in Portugal since it was set up in 1956: “Created in Lisbon in 1956 by the will of Calouste Gulbenkian, the Foundation immediately launched a program of support for living Portuguese artists through fellowships, exhibitions, acquisitions and publications. (…) José-Augusto França wrote that in order to survive Portuguese artists had to go to Europe. The Gulbenkian Foundation now made it possible for them to do so on an unprecedented scale. Beginning in the late 1950s, therefore, Portuguese artists had direct contact with developments in the international world of art. What is remarkable, at least for those represented in the exhibition, is the degree to which they maintained their independence and evolved their own styles” (Portuguese Art Since 1910, 1978, p. 24).

According to correspondence exchanged between the head of the Exhibitions and Museography Department and the curator, the initial plan for the selection of artists underwent some amendments because some works could not be located, or because it was impossible to obtain permission for some works to be loaned (e.g. works in Jorge de Brito’s private collection retained by the state when the banking sector was nationalised in March 1975) or to provide balance in the representation of different art movements. Eventually, some artists with more personal journeys had to be excluded, since it was a medium-sized historiographic exhibition that also had to fit the space of the Diploma Galleries. From the initial proposal, we can see that the curator believed no new artistic proposals or new figures in art had emerged between 25 April 1974 and 1978 that would justify representation in the exhibition (Proposal for an exhibition of Portuguese art…, Gulbenkian Archives, SEM 00139).

In the press and critical coverage of the event while the exhibition was being prepared, the curator favoured support from the United Kingdom, since in Portugal advertising of the exhibition could be more “controversial” due to possible disagreements about the selection of artists and pieces for the representation (Letter from the curator to José Sommer Ribeiro, 31 Mar. 1978, Gulbenkian Archives, SEM 00139).

As reported in a note by the editors of the Colóquio.Artes magazine that came before London critic Jonathan Benthal’s review of the exhibition for the publication, it was recognised that the modern Portuguese art exhibition in London had seen “little reverberation in Portugal” and that Portuguese critics had not discussed it. These considerations went a little further, and he stated that it had been a “highly omissive selection with inclusions that are naturally debatable, following a method far from the real historical development of contemporary Portuguese art” and based on the curator’s personal choices (Colóquio. Artes, Dec. 1978, p. 62).

Nonetheless, and as reported by the Royal Academy’s press office to the FCG, the exhibition was widely welcomed by UK critics, who dedicated significant coverage and favourable articles to it. Visitor numbers were also “quite satisfactory”, totalling 5,202 (173 visitors/day) over the four weeks the exhibition was open. The exhibition catalogue also saw significant demand, with 347 copies sold during the exhibition (Letter with data on the press and visitors to the FCG, 16 Oct. 1978, Gulbenkian Archives, SEM 00139).

The exhibition catalogue included a preface from the presidents of the institutions involved in organising the event and introduction by the curator. It also included illustrations comparing the Portuguese artistic context and the forefronts of European art and other documents connected to the first Portuguese modernism and the Orpheu group, such as Álvaro de Campos’ Ode Triunfal, but also documents on surrealism in Portugal, some essays and catalogue texts on some of the artists represented and a timeline showing the main political and social, cultural and artistic events in Portugal and the actions of their main protagonists, from 1910 and throughout the 20th century, along with biographical notes on the artists represented in the exhibition and a reference bibliography.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

Lévriers / Os Galgos

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Lévriers / Os Galgos, Inv. 77P1

Título desconhecido

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Título desconhecido, Inv. 77P12

Título desconhecido

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Título desconhecido, Inv. 77P14

Título desconhecido  (Coty)

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Título desconhecido (Coty), Inv. 68P11

Título desconhecido  (Entrada)

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Título desconhecido (Entrada), Inv. 77P9

Título desconhecido  (Entrada)

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Título desconhecido (Entrada), Inv. 77P9

Trou de la serrure PARTO DA VIOLA Bon ménage Fraise avant garde

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Trou de la serrure PARTO DA VIOLA Bon ménage Fraise avant garde, Inv. 68P17

"La petite"

Eduardo Viana (1881-1967)

"La petite", (1917) / Inv. 69P38

Duplo retrato

José de Almada Negreiros (1893-1970)

Duplo retrato, Inv. 62P260

Figuras à mesa

Júlio Resende (1917-2011)

Figuras à mesa, 1956 / Inv. 71P919

L'aire du vent

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

L'aire du vent, Inv. PE102

Landgrave

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

Landgrave, Inv. PE103

Branca Flor – Pombas a tomar banho - Série Os Contos Populares Portugueses

Paula Rego (Lisboa, Portugal, 1935 – Londres, Inglaterra, 2022)

Branca Flor – Pombas a tomar banho - Série Os Contos Populares Portugueses, Inv. DP242

Branca Flor – Rapaz a brincar com o Diabo - Série Os Contos Populares Portugueses

Paula Rego (Lisboa, Portugal, 1935 – Londres, Inglaterra, 2022)

Branca Flor – Rapaz a brincar com o Diabo - Série Os Contos Populares Portugueses, Inv. DP241


Publicações


Material Gráfico


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Presidência), Lisboa / PRES 01434

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém proposta da revista «Apollo» para a publicação de um ensaio sobre a arte portuguesa consagrada na exposição. 1978 – 1979

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00139

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém relação de obras, correspondência recebida e remetida, seguros, orçamentos, ofícios internos e autorizações de cedência de obras. 1977 – 1980

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 02138

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência recebida e expedida, ofícios internos, empréstimos e seguros. 1978


Exposições Relacionadas

Menez

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1990 / Sede Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

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