Fantasquímica. Fotografias de Gil Montalverne

Exposição do fotógrafo português Gil Montalverne (1931), promovida pelo Serviço de Exposições e Museografia da Fundação Calouste Gulbenkian. A exibição contou com um conjunto de 50 fotomicrografias, que tiveram o intuito de divulgar a exploração do fotógrafo no campo da estética das reações químicas.
Exhibition of the work of Portuguese photographer Gil Montalverne (1931) sponsored by the Exhibition and Museography Department of the Calouste Gulbenkian Foundation. The exhibition featured a selection of 50 photomicrographs, in a showcase of the aesthetic possibilities of the chemical reactions in the artworks.

A exposição de fotografia de Gil Montalverne (1931), promovida pelo Serviço de Exposições e Museografia da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), procurava dar a conhecer a originalidade e «excelente qualidade» de um trabalho fotográfico que explorava a estética das reações químicas (Carta de José Sommer Ribeiro para Gil Montalverne, 10 mar. 1986, Arquivos Gulbenkian, SEM 00352).

A mostra realizou-se na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 01) e deu a ver 50 fotomicrografias (fotografias de preparações microscópicas, com ampliações que variavam entre 450× e 4500×), nas quais foi utilizado um aparelho de produção de luz, criado pelo artista, que permitia a variação das frequências lumínicas. Estas ampliações foram realizadas a partir de internegativos dos diapositivos originais e contaram com a colaboração das firmas Kodak, Filmarte e Wild (equipamento microfotográfico), que produziram o formato final de apresentação.

A introdução do catálogo da exposição é da autoria do crítico de arte Rui Mário Gonçalves, cuja formação em Ciências Físico-Químicas certamente contribuiu para a afinidade com estes trabalhos de Gil Montalverne. Destacando a relevância destas fotografias enquanto testemunho de processos químicos, tais como a passagem de elementos do estado sólido ao estado gasoso, Rui Mário Gonçalves explora a relação entre ciência, arte e outras formas sensíveis, entre os processos químicos e as manchas, as cores e os padrões: «Mais difícil e mais raramente acontece conjugar-se a atitude científica com a estética. É claro que, quando acontece, num excepcionalmente bem dotado indivíduo, ou num grupo humano capaz de interdisciplinaridade, surgem contribuições marcantes da civilização.» (Fantasquímica. Fotografias de Gil Montalverne, 1986)

Apesar de alguns periódicos terem noticiado a inauguração da exposição, esta acabou por passar despercebida junto da crítica da especialidade.

Filipa Coimbra, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias

José Sommer Ribeiro (à dir.)

Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00352

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, orçamentos, relação de obras, elementos para o catálogo e correspondência recebida e expedida. 1985 – 1988

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0193-D00580

2 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1986

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0193-D00581

3 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1986

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0193-D00582

6 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1986

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0193-D00583

8 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1986


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