Exposição de fotografia a preto-e-branco de Pepe Diniz (1945), inaugurada a 26 de fevereiro de 1987, na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian.

A exposição foi proposta à Fundação Calouste Gulbenkian pelo fotógrafo marroquino, que quis mostrar ao público português o seu trabalho sobre «a gente, a arquitetura, polícia, bombeiros, loucura, beleza, metro, arte, artistas, jazz e tudo o que demonstre bem» a cidade de Nova Iorque (Carta de Pepe Diniz para José Sommer Ribeiro, 20 jan. 1986, Arquivos Gulbenkian, SEM 00357).

O retrato de vários portugueses imigrados em Nova Iorque levou a que a exposição ganhasse, segundo o artista, «um certo ar etnográfico», ao apresentar alguns emigrantes portugueses a trabalhar nos Estados Unidos da América: «[…] o Oliveira dos vinhos, a Luciana do restaurante, a Maria-Helena dos computadores, o Manuel da mercearia, o Martim da pintura.» (Carta de Pepe Diniz para José Sommer Ribeiro, 24 jul. 1986, Arquivos Gulbenkian, SEM 00357)

A exposição retratou também o lado pessoal da vida do fotógrafo, que captou o seu quotidiano nova-iorquino: «[…] os seus amigos, a cozinheira do restaurante onde trabalhou, o metro, os músicos de jazz com quem às vezes toca bateria, as crianças nas ruas e as casas por onde passa.» («Fotógrafo expõe na Gulbenkian. Levar Lisboa a Nova Iorque», O Dia, 2 mar. 1987)

Pepe Diniz fez a curadoria da exposição, criando um percurso que levava os visitantes a observarem as 100 fotografias que a integravam, do número 1 ao 100. A exposição começava com uma imagem de Peter Stuyvesant a receber uma delegação de índios em 1660, e terminava com o navio Sagres a deixar o porto de Nova Iorque, como descreve José Duarte num artigo do Diário de Lisboa (Diário de Lisboa, 27 fev. 1987, Arquivos Gulbenkian, SEM 00357).

O catálogo da exposição contém um prefácio assinado pelo ilustrador Martim Avillez e um ensaio sobre Nova Iorque, da autoria de Pepe Diniz.

Carolina Gouveia Matias, 2017